Orgulho gay é, antes de qualquer outra coisa, uma reação ao desprezo que sociedades reacionárias têm aos direitos individuais.

Seja por motivação religiosa, ideológica ou psicológica, determinados indivíduos são excluídos dos arranjos políticos que em uma sociedade civilizada protegem o direito à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade como melhor aprouver a cada um.

Esses indivíduos que são colocados à margem da sociedade precisam demonstrar autoestima e poder de articulação para resgatar e resguardar direitos inalienáveis.

O orgulho serve para isso. Para mostrar que nenhum indivíduo, seja lá qual for sua característica, orientação sexual, gênero, cor, nacionalidade, pode se sentir envergonhado e constrangido.

Orgulho é uma virtude e quem defende seus direitos individuais como citei anteriormente deve se sentir assim. Todo aquele que defende a liberdade deve apoiar a causa dos que têm seus direitos violados.

Agora, orgulho não pode ser confundido com arrogância, com soberba. Todo indivíduo tem direitos claros, e nenhum desses direitos concede privilégios a quem quer que seja.

A existência de um privilégio exige necessariamente que o direito de outro seja violado. A causa gay que tratava da luta por direitos é moral, deve dar orgulho aos que dão suporte a ela e aos que dela são beneficiados. Quando esta mesma causa contrabandeia para a sua luta pautas que buscam privilégios, ações afirmativas, intervenção estatal que viola direitos alheios, deve dar vergonha e não orgulho aos envolvidos.

Nenhum gay tem mais nem menos direitos do que qualquer outro indivíduo na sociedade. Nenhum indivíduo que não seja gay tem mais ou menos direitos que um indivíduo gay.

Grande parte da direita reacionária, religiosa, entregou a causa gay para a esquerda niilista e esta transformou a luta por direitos em luta por privilégios. O respeito à individualidade e à privacidade são pautas eminentemente liberais.

Eu apoio o Orgulho Gay como apoio o Orgulho como virtude, aquele sentimento próprio de quem sabe que a cada dia está sendo moralmente melhor.

Não há moralidade sem escolhas livres e independentes. Este tipo de ética é que os milhões de gays e não gays devem buscar, se quiserem viver numa sociedade pacífica, próspera e feliz.