Edmund Burke (1729-1797) nasceu em um 12 de janeiro. O parlamentar irlandês que, dentro do partido Whig do Reino Unido, impactou o pensamento ocidental ao contestar a Revolução Francesa é personagem abordado em alguns de meus trabalhos, entre eles o “Guia Bibliográfico da Nova Direita: 50 livros para compreender o fenômeno”, editado pela LVM. Sobre ele e sua obra “Reflexões sobre a Revolução na França”, seguem trechos das páginas 47 e 48:

“Um dos mais belos e comentados trechos da obra magna de Burke – antes uma carta de alerta aos britânicos que começavam a simpatizar com a Revolução Francesa que uma mensagem aos franceses – é o momento em que ele se compadece da rainha de França e das afrontas à sua dignidade, por parte dos revoltosos. No entanto, talvez a mais representativa do pensamento burkeano seja aquela em que explica o ponto-chave de sua visão acerca dos direitos naturais e dos princípios abstratos: ‘Governo não se faz em virtude de direitos naturais, que podem existir, e de fato existem, em total independência dele; e existem em muito maior clareza, e em muito maior grau de perfeição abstrata; mas sua perfeição abstrata é seu defeito prático. Tendo direito a tudo, eles querem tudo. (…) Esses direitos metafísicos (…), penetrando na vida comum, como raios de luz penetram por um meio denso, sofrem, pelas leis da natureza, uma refração de sua linha reta. (…) A natureza do homem é intrincada; os objetivos da sociedade são da maior complexidade possível; e, portanto, nenhuma simples disposição ou direção de poder será adequada à natureza do homem, ou à qualidade de seus negócios’. (…) O chamamento burkeano é o mais equilibrado possível: não perder os princípios de vista, mas respeitar a concretude da sociedade e as circunstâncias; olhar para a experiência dos antepassados; entender o papel de cada elemento dentro do edifício social; rejeitar o despotismo; evitar que a ansiedade destrua o equilíbrio que levou séculos para ser construído.”