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Há exatos 2 anos teve início o fim da Era Dilma

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Ivan Lessa dizia que, a cada 15 anos, o Brasil se esquece do que ocorreu nos últimos 15 anos. Ao saber que Dilma Rousseff pensa se candidatar ao Congresso Nacional em 2018, ao passo que seus aliados a querem candidata ao governo do Rio Grande do Sul, talvez a memória do brasileiro dure menos que dois anos, sobretudo porque muitos brasileiros já culpam o Governo Temer pela atual crise.

Dessa forma, acho válido voltarmos ao pronunciamento de Dilma no dia internacional da mulher em 2015, exatamente há 2 anos, por ser um exercício muito elucidativo.

Naquela ocasião, após a reeleição, Dilma foi confrontada com a realidade de uma economia em frangalhos, fruto de anos de má gestão econômica.

A população estava sentindo no bolso o peso do realismo tarifário – negado em campanha – popularizando o termo “estelionato eleitoral”.

Em 8 de março de 2015 a então presidente criticou a imprensa, dizendo que ela mais confundia que esclarecia. Embora o Brasil ainda estivesse em recessão desde antes das eleições do fatídico dia 26 de outubro de 2014, segundo Dilma não havia com o que se preocupar, pois o Brasil já tinha enfrentado crises de maiores dimensões no passado. Dilma esperava uma reação da economia ainda em 2015. Prometeu, inclusive, que o país não iria parar. Na verdade, o Brasil não parou: caminhou para trás. Hoje temos a confirmação que se trata da pior recessão da história.

Todavia,não havia meia-culpa de Dilma no meio disso tudo:  a problemática brasileira era culpa da crise internacional, a maior desde 1929, mesmo que o quadro global a desmentisse.

O orgulho e a busca pelo poder impedia qualquer capacidade de auto-crítica: nada foi dito sobre as intervenções do governo no setor elétrico: a energia estava mais cara por causa de problemas climáticos. Essa conta ainda está sendo paga pelos consumidores, e está na casa de dezenas de bilhões.

Naquela noite, Dilma prometeu a preservação do emprego e do salário. No entanto, 2 anos depois, milhões de brasileiros perderam seu emprego, chegando a espantosos 12 milhões de desempregados. A estimativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) é de que o desemprego aumente ainda mais antes de começar a diminuir, atingindo 13,6 milhões de pessoas. Mais que isso: a cada 3 novos desempregados em 2017, um será brasileiro, o que indica não se tratar de um problema externo, mas sim nacional. Ademais, mesmo entre os atualmente empregados há os subutilizados, um montante de 22 milhões de trabalhadores, um enorme desperdício de mão de obra, sem falar do custo social envolvido.

Mas, para Dilma, o país atravessava tão somente por “problemas conjunturais”, e cortaria despesas sem afetar programas sociais. Um ano mais tarde seu governo tinha cortado 87% deles.

Mas Dilma era benevolente: reduziu impostos em seu primeiro mandato, como o IPI. “Desconto da Dilma”, várias lojas anunciaram. Mas nada foi comunicado aos brasileiros acerca de, a despeito de se tratar de um imposto da União, a maior parte do IPI ser destinado a Estados e Municípios.

Em momentos de crise, o PT defende seu suposto legado, os 36 milhões de pessoas que saíram da miséria. Assim, há exatos dois anos, Dilma pediu compreensão, paciência e o sacrifício temporário de todos. “Façam a sua parte”, ela disse, confiem em que tirou milhões de pessoas da miséria. Com ou sem voto de confiança em Dilma, dois anos depois mais de três milhões de brasileiros voltaram a miséria.

Os brasileiros não tinham mais paciência alguma. Vale lembrar que Dilma havia sido reeleita com 51,64% dos votos válidos, mas caiu 40% três meses após sua reeleição. Esse pronunciamento a nação, sem nenhuma meia culpa, ajudou a inflar os protestos de 15 de março, intensificando o sentimento popular que naquela semana acabara de conhecer os nomes da Lista de Janot da Lava Jato. Os protestos, que pediam seu impeachment (ainda sem o fundamento legal das fraudes fiscais), foram o maior da história do Brasil até então. Foi o início do fim de Dilma.

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Luan Sperandio

Luan Sperandio

Analista político, colunista de Folha Business. Foi eleito Top Global Leader do Students for Liberty em 2017 e é associado do Instituto Líderes do Amanhã. É ainda Diretor de Operações da Rede Liberdade, Conselheiro da Ranking dos Políticos e Conselheiro Consultivo do Instituto Liberal.

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