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Defender a sua terra dos criminosos do MST não é radicalismo

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A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou na quarta-feira, dia 29, um projeto de lei que autoriza a compra de armas de fogo por moradores de zonas rurais. A ideia é que esses moradores, distantes de núcleos policiais, tenham direito ao porte para se defenderem de criminosos ou até mesmo de animais perigosos.

Para qualquer um que, como nós, acredite que o cidadão tem direito de defender sua vida e sua propriedade, trata-se de um notável avanço, caso triunfe nas demais etapas, recebendo chancela da Presidência. Cansados, por exemplo, das constantes invasões e turbulências provocadas pelos revolucionários bárbaros do Movimento dos Sem-Terra, capitaneados pelo terrorista Guilherme Boulos – um incitador da violência que escreveu até março em um dos jornais mais prestigiados do país, em demonstração inequívoca da esquizofrenia nacional -, todos que tiverem suas terras devem ter o direito de reagir ao se sentirem ameaçados. Não faltará acontecer quase nada se contestarem até mesmo essa prerrogativa!

Pois muito bem. Para variar, conforme registrou o estimado Rodrigo Constantino, em direção oposta aos desafios da quadra histórica, uma figura dos círculos tucanos se manifestou pela necessidade de haver mais “condescendência” com o MST. Não empregou essa palavra, é certo, mas essa é a consequência de sua crítica. Tudo porque o deputado Jair Bolsonaro disse a parlamentares ruralistas que, obviamente dentro da lei, é necessário “radicalizar” no tratamento aos invasores de terra – porque é isso que são, e aqui os chamaremos pelo nome, já que o enfrentamento adequado de um tema começa pelo emprego dos termos corretos, recusando a alienação linguística.

Diante de uma declaração que deveria ser vista como uma obviedade, o mineiro Domingos Sávio disse que “a gente quer segurança” e não “uma pessoa que traga mais insegurança”. Veja-se: afirmar que os proprietários de terra deveriam poder estar armados para se defender imediatamente do ataque de invasores é “radicalismo” e traz “insegurança”! Nesse sentido caminha a mentalidade peessedebista.

Pudera. É o mesmo PSDB de Geraldo Alckmin, que, no governo de São Paulo, andou se reunindo com integrantes do movimento para estreitar relações e manteve previsão de investir R$ 7 milhões em 2015 nos seus assentamentos – tudo isso sendo costurado desde 2014, pelo mesmo governador que, hoje, como provável candidato do PSDB à presidência, buscou aplausos do Movimento PSDB Esquerda Pra Valer (que é exatamente o que sugere o nome). É o mesmo PSDB do ex-presidente Fernando Henrique, que, em julho de 2000, liberou R$ 2,1 bilhões para o atendimento de 51 itens de “reivindicações” do MST, encontrando-se com eles no Planalto.

Isso tudo depois de o MST vociferar que poderia fazer uma marcha até a sua fazenda em Buritis como forma de pressão para o atendimento das “reivindicações” – e por aí se vê porque estamos usando aspas na palavra; não é cometendo crimes que se “reivindica” coisa alguma, exceto para esses brutamontes incivilizados. Em matéria da Folha na época, disse o então diretor nacional do movimento que seria dado “um voto de confiança” ao presidente. “Não está descartada a invasão de prédios públicos novamente”, alegavam. Ou seria melhor dizer “ameaçavam”? Pois que já então não se tratava de um “movimento social” como tanto se apregoa, mas de bárbaros cujo instrumento de pressão é fazer dos outros seus reféns, atados por suas, frise-se, ameaças.

Então ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann até chegou a externar, com a mesma premissa com que Bolsonaro se expressa agora, que “não constam no DNA do MST as palavras pacto, acordo ou trégua. Não há paz com o MST, porque ele não considera o governo legítimo e está mais para partido camponês radical que para movimento social”. Uma contundente verdade, dita por alguém que estava sob o governo de um presidente que os recepcionava como debatedores eivados de compostura, interlocutores dignos e respeitadores da lei, e que seria o mesmo a, mais de treze anos depois, recear a prisão de Lula porque ele é um “símbolo popular”. O mesmo Lula, acrescente-se ainda, que falou em convocar o “exército de Stédile” – isto é, o próprio MST – para intensificar um estado de beligerância nas ruas. É um ciclo que não se interrompe, é toda uma atmosfera ideológica e cultural a que o PSDB mais não faz que se manter preso, e com ele o imaginário brasileiro típico da Nova República.

O “tratamento respeitoso” conferido ao MST – que acaba por ser desrespeitoso com a sociedade e, particularmente, com o meio rural – é dos mais eficazes exemplos da muralha politicamente correta a ser quebrada em uma sociedade cujo maior pecado é o horror de suas ditas “elites culturais” pela vida real, que dela fogem, com a profunda e infantil doença do “nojinho”, como o diabo da cruz. Precisamos de mais e mais cidadãos que se recusem a dizer amém a esse falso evangelho da hipocrisia.

Os invasores do MST põem em risco a integridade dos indivíduos e suas propriedades, a tranquilidade do trabalho na zona rural e, não raro, até mesmo o desenvolvimento de pesquisas científicas. Se quisermos viver em um país e fazer parte de uma cultura que não prestigiem o infrator e castiguem o cidadão honesto, então é preciso começar por enxergá-los pelo que são e fazem. Bolsonaro está errado apenas por falar em “radicalizar”. Não há na verdade radicalismo algum; é apenas finalmente acolher o mínimo de senso de justiça e conter um grupo que vive de perverter a lei e a ordem já tão combalidas.

Se as pessoas atingidas em seus legítimos interesses, em especial estando longe da polícia, optarem por reagir e expulsar agressores a bala, elas não podem ser vistas como as vilãs. Sem, porém, que seja necessariamente preciso chegar a esse ponto, as armas podem ser um fator de intimidação para esses bandidos (que é o que são) e isso já seria um tremendo ganho, que ninguém realista haverá de julgar imoral.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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