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Covardia intelectual e obediência inquestionável

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Todos os dias somos assolados por discussões efêmeras, rasas e circulares sobre os mesmos assuntos, já esgotados e batidos, por conta de um atávico sentimento que se enraizou na alma do brasileiro: a covardia intelectual.
Há muito tempo, criou-se uma ojeriza contra análises e soluções radicais que mergulham nas causas mais profundas dos nossos problemas, pois, por pior que seja a situação, a mesmice, por si só, produz um quadro de adaptação e conformismo e cria, mesmo no caos e no desespero, uma zona de conforto.

Nosso problema não é econômico, não é político, não é ético. Nosso problema é epistemológico, cognitivo. Somos uma nação estúpida, sujeita a aceitar qualquer tipo de ideia, desde que ela pareça ser uma bênção divina, seja a divindade que a propõe mística, superior, uma autoridade religiosa ou secular.

Nascemos devendo para o mundo e, quando se deve, não se escolhe, se obedece. Quando não se escolhe e se obedece, não é preciso pensar. O dever anula a razão e, sem razão, não nos resta outra coisa senão o conforto na ignorância, na submissão e na obediência.

Mandam em nós e sequer esperneamos. Parecemos sapos sendo cozidos vivos numa panela com água sobre fogo brando. Não saltamos para fora porque o calor gera prazer. Em êxtase, acabamos nos evadindo da realidade a ponto de nem percebemos que estamos sendo sugados, devorados aos poucos, porque nos tomam o que de mais precioso temos: o tempo.

Controlam-nos, nos regulam, nos espoliam, nos controlam mais, nos regulam mais, nos espoliam mais, dia após dia, do berço ao túmulo.

Somos incapazes de nos unir para enfrentar os que nos controlam, regulam e espoliam porque achamos – eu não, mas a imensa maioria – que devemos uns aos outros porque somos filhos de Deus.

Somos guardiões dos nossos irmãos, pensam, somos parte de uma grande unidade, seja ela a família, a tribo, a sociedade; devemos obedecer, servir e entregar nossas vidas aos outros, aos pais, aos líderes religiosos ou estatais.

Não temos escolha, não somos donos da nossa vida, não somos sequer capazes de dar-lhe significado. Que horror! Ser livre implica ser responsável, ter que arcar com as consequências dos próprios atos. Que horror!

Ser livre implica ter que focar a mente para pensar. Para identificar, criar, manter os valores necessários para a realização dos nossos propósitos de vida, sem o que a felicidade é inalcançável. Estará sempre no horizonte, como o pote dourado na ponta de um arco-íris.

A felicidade é uma abstração, mas é real, é concreta. Não se vê na realidade objetiva, não se toca nem pega. Ela é construída na nossa mente a partir da nossa capacidade de ser virtuoso, de usar a objetividade, a racionalidade, a coragem de se convencer de que por ela é preciso lutar e vencer, quando a vida está sendo dragada por parasitas, ou a ponto de ser.

Seja radical. Pergunte-se: quem irá lutar por mim se não eu? Responda: a vida é minha e não nasci para ser escravo. Pergunte-se: quando irei lutar por mim, se não agora? Responda: minha vida é finita, nada existe depois da morte. Pergunte-se: onde irei lutar por mim, se não aqui? Responda: não quero ser um fugitivo atrás do pote da felicidade. Decida: quero ser eu, quero ser livre, quero ser feliz, aqui e agora.

O Brasil será o que fizermos dele. Uma nação de homens livres que pensam, cooperam, produzem, trocam e consomem valores, de forma espontânea e voluntária, para satisfazer seu autointeresse. Ou uma nação de bobos servis que, alegremente, como idiotas, obedecem e idolatram seus algozes.

Não precisamos de mudanças. Precisamos de mudanças radicais. Primeiro na própria alma, depois, como consequência, na mentalidade predominante da população. Pense nisso, e mude radicalmente se for capaz.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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