Coreia do Sul: entre o capitalismo e o socialismo?
A influência da cultura sul-coreana no Brasil com filmes que criticam firmemente a sociedade atual em seu próprio país criou uma espécie de batalha campal polarizada.
De um lado, os “grandiosos” mestres da analogia que acham que tudo no mundo é uma demonstração do socialismo na prática em forma de crítica. Não por acaso enxergam marxismo até em comercial de pasta de dente, pois, se há socialismo e sorriso, só pode ser uma propaganda positiva; se há tensão e desespero, obviamente é uma crítica.
Do outro lado, uma juventude que se acha revolucionária e entende que toda crítica é inerentemente à sociedade capitalista e uma defesa insólita da revolução de alguma forma pelo fim do capitalismo para todos viverem no Valhalla da igualdade social onde os problemas humanos não existem, pois o socialismo oferece uma resposta para tudo, tal qual o número 42 em O Guia do Mochileiro das Galáxias.
E no fim um não poderia estar mais errado que o outro; afinal, criticas à sociedade sul-coreana podem até apontar na direção do que o capitalismo tecnicista do país tem gerado problemas a muitos dos seus cidadãos a ponto de fazer estratificação social com base em vestibulares e relegar muitos ao subemprego. Porém, nem mesmo por isso estes pedem alguma forma de socialismo, afinal, a Coreia do Norte só é boa em dois lugares: na propaganda estatal e na mente do jovem revolucionário.
Como vizinhos ameaçados por duas nações comunistas de grande porte, a Coreia do Sul está longe de desejar o fim do modelo capitalista, mas parece estar desejando cada vez mais a modificação do seu modelo capitalista para uma assimilação mais ocidental de sociedade, ao invés das pesadas imposições tecnicistas da sociedade oriental.
*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.