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A reação de Nelson Rodrigues aos marxistas

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No Brasil, um intelectual nacional nas ciências humanas ou nas artes com reconhecimento popular e acadêmico que não seja de alguma forma ligado à esquerda é uma raridade. Isso ocorre devido ao conluio ideológico que habita estes círculos. No entanto, uma personalidade respeitada e reconhecida independentemente da orientação política é Nelson Rodrigues.

Nelson Rodrigues foi um destacado anticomunista e até hoje é uma referência, inclusive ironicamente usado na eleição de 2018 por círculos de esquerda com suas frases de efeito sobre o tamanho da estupidez humana para lamentar a vitória de Jair Bolsonaro sobre Fernando Haddad, mesmo que o próprio jamais em alguma ocasião tivesse apoiado o candidato petista.

Porém, não estou aqui para adivinhar em quem Nelson, falecido em 1980, votaria na Nova República, e sim para analisar uma de suas mais fortes declarações de cunho político em vida, na qual ele se intitula um reacionário.

Na concepção da filosofia política, reacionário pode ser definido como uma pessoa ou entidade com opiniões políticas que favorecem o retorno a um estado político anterior da sociedade; como adjetivo, a palavra reacionário descreve pontos de vista e políticas destinadas a restaurar um status quo do passado. No entanto, de acordo com o teórico político chamado Mark Lilla, um reacionário anseia por derrubar uma condição atual de percebida decadência e recuperar um passado idealizado.

Quando se destaca a declaração de Nelson Rodrigues, é curioso perceber que não existe um desejo por uma revolução ou um retorno a uma glória do passado, mas sim a simples oposição ao latente marxismo das elites culturais de esquerda de seu tempo que se julgavam as portadoras do progresso na sociedade, em uma situação que demanda uma análise melhor para compreender a ideia do porquê de ele ter abraçado o rótulo de reacionário.

A famosa declaração em que Nelson Rodrigues se intitula reacionário, na íntegra, é tida por: “Sou reacionário. Minha reação é contra tudo que não presta. Querem me chamar de reacionário, chamem. Querem me pichar como reacionário, pichem. Querem me pendurar num galho de árvore como ladrão de cavalo, pendurem. Realmente, eu sou um libertário”.

Marxistas e progressistas em geral, mais comumente da velha guarda, adotavam a ofensa de chamar seus opositores de “reacionários”, do mesmo modo por que hoje chamam qualquer opositor de “fascista”, sem ter o menor carinho pelo significado original do termo. Afinal, colocando a si mesmos como os portadores do “progresso”, era fácil acreditar que qualquer opositor a este suposto progresso era um reacionário, pois não queria adotar as grandes fábulas políticas socialistas como solução possível.

Dentre os chamados assim, era fácil notar que Nelson Rodrigues, ferrenho antimarxista, seria chamado de reacionário por se opor a eles. Em 2021, Nelson claramente seria chamado de “fascista” pelos mesmos setores, que hoje colocam como fascista qualquer opositor de suas ideias, por mais estúpidas que elas sejam.

Assumir o rótulo de “reacionário”, para Nelson Rodrigues, era apenas uma reação ao surreal tratamento político de cerceamento intelectual daquela elite artística de cunho marxista que acreditava estar trazendo alguma espécie de progresso ao mundo com suas ideias enlatadas em compreensões políticas e sociais diretamente importadas do século XIX.

A pecha de reacionarismo adotada não é compatível com aquela que a política adota como padrão, mas sim apenas uma visão de oposição àqueles que, acreditando trazer o progresso, apenas trazem a ruína e a desumanização da sociedade.

*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

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