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A forca do progressismo

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Recentemente, graças a uma crítica a mulheres antiamericanas, Donald Trump foi impunemente acusado de racista. Não seria a primeira vez, claro, pois só de ousar ameaçar o poderio da esquerda democrata nos EUA, foi acusado de racista nas últimas eleições. Indícios desse crime? Nenhum, além do fato de Trump ser indubitavelmente branco. 

O caso atual, no entanto, pode ser ainda mais chocante. Se antes os xingamentos contra o então candidato à presidência americana eram gerais, vindos de uma força reativa progressista quase que natural contra quem ameaça projetos da esquerda, sem um foco para mirarem e se justificarem, agora temos um progressismo baseado não apenas em uma mentira pura, mas na loucura, no afastamento condicional da realidade para que, enfim, tenham êxito. Miraram em um fato tão objetivamente não-racista, que chega a ser um absurdo distorcerem tanto o próprio conceito de racismo para ter uma crítica pesada contra o presidente. 

Não é discutível se Trump foi racista. Ele simplesmente não foi. Nenhuma conotação negativa à cor da pele das mulheres foi feita, ou à raça por si só; nenhum discurso supremacista saiu da boca do presidente, ou de suas redes sociais; nem mesmo um breve apontamento negativo a respeito de suas etnias foi feito. Enxergar racismo nas críticas de Trump não é apenas querer dar nó em gota d’água, mas também ferir a própria realidade, em seu âmago, para satisfazer desejos ideológicos.

Se a política muitas vezes exige uma boa porção de mentiras, não é verdade que essas mentiras têm que ser tão descaradas e focadas em um único ponto. Nenhuma raposa do mundo político seria idiota o suficiente para dizer que uma casa, à vista de todos, não tem a cor berrante que na verdade tem – mas o político embebido em ideologia já não possui esses escrúpulos com a realidade. 

O progressismo, como uma ideia para se construir um amanhã melhor, necessariamente se justifica no inexistente. Em nome do progresso social, tudo vale contra seus inimigos. Não é preciso, contudo, bater frontalmente contra seus postulados. Ser racista não é um requerimento para ser chamado de racista por meio mundo, porém, se já sabemos que a militância não tem lá muitos vínculos com a Verdade, com o que está bem em frente aos seus olhos, podemos especular: o que aconteceria se seus modos de operação transmutarem-se de políticas ideológicas para programas políticos de fato?

O exemplo de Trump pode ser enfático: o que ocorreria com ele se já existissem leis que previssem a punição de quem pensa como ele? Que critérios objetivos essas leis teriam, se não os de mirar apenas em um tipo de cidadão, o mais conservador e branco, ou mesmo todo aquele que questiona essa marcha para o progresso?

Se agir como um racista já não for mais uma necessidade para ser punido pela lei como um racista, então o que resta da própria lei para ser respeitada? A racionalidade exigida para a atuação do legislativo em uma nova punição já não existiria. Uma casa pintada de azul poderia ser facilmente acusada de ser branca, mesmo que fosse a mais notória de toda cidade… 

Chesterton, há mais de cem anos, já afirmava que chegaria um momento em que teríamos que afirmar que a grama é verde. Quando políticas públicas já não conseguem fazer distinção entre crime e não-crime, trata-se de um caso de daltonismo para com a realidade que nos cerca – mas esse problema de visão apenas confecciona outro ainda maior: uma corda argumentativa que apenas aperta o pescoço da população e até mesmo dos próprios militantes de esquerda.

Quando a objetividade é assassinada pela conveniência, quanto tempo até essa mesma conveniência começar a triturar os diversos movimentos progressistas de dentro para fora? Até quando lutarão lado a lado, sem se estranharem e, com suas ideologias, mutilarem-se dentro de políticas que criaram? 

Uma das parlamentares criticadas por Trump, há pouco afirmou que se deve temer mais os homens brancos do que fanáticos do islã… em um mundo onde as instituições se confundem com o próprio progressismo, quanto tempo demoraria para um esquerdista branco, um político, enxergar racismo nas palavras dessa parlamentar? 

Se o progressismo tem um futuro, é o da sua própria forca.

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Hiago Rebello

Hiago Rebello

Graduado e Mestrando em História pela Universidade Federal Fluminense.

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