A falácia do jogo de soma zero
Não restam dúvidas de que cabe às sociedades contemporâneas uma série de adjetivos melancólicos.
Têm-se contextos culturais, sociais e econômicos marcados por grandiosos paradoxos. Nas sociedades do espetáculo, a fartura é de narrativas aparentemente verdadeiras que, entretanto, apresentam claras contradições lógicas.
Como visto a olhos nus, o saber, a educação sólida, baseada na curiosidade e na discussão do contraditório, perderam protagonismo para platitudes e achismos ideológicos. Tornou-se desimportante o real talento do orador. O que vale, atualmente, são obviedades e sinalizações de virtude, em que o “parecer” bom sepultou o “ser” bom.
Bom-mocismos, falácias e ignorância instigam guerra contra os verdadeiros criadores de riqueza. Indivíduos criativos são os grandes responsáveis por invenções que atendem aos desejos e necessidades dos outros, tornando suas vidas mais fáceis, produtivas, mais econômicas e/ou mais divertidas.
Factualmente, são as ideias inovadoras e suas implementações que impulsionam as sociedades a avançarem e que tiram milhões e milhões de pessoas da linha da miséria e da pobreza. Contudo, nesse mundo “progressista”, criadores de riqueza são estigmatizados, taxados como vampiros sugadores de sangue popular. Quase todo aquele que inventa, produz e enriquece, gerando soluções inovadoras para os outros, é retratado pejorativamente, efetivamente demonizado.
Exceção clara à turma artística, que enriquece com as narrativas da opressão e da desigualdade. Vive-se num mundo que valoriza a mentalidade dos vícios do fracasso e da dependência, não as virtudes do sucesso e da assunção de riscos.
O pensamento de soma zero se transformou num cânone, embora maligno. Evidente que o ganho de um indivíduo não requer a perda de outro indivíduo. Certamente que um agente econômico inovador, que inventa e entrega uma solução inovadora para a sociedade, ganha dinheiro, satisfazendo às necessidades desse contexto, que assim prospera.
As perspectivas de futuro são desalentadoras, tristemente. Com a mão grande do Estado intervencionista e redistribuidor de renda, obsta-se uma maior liberdade econômica e as possibilidades de crescimento de relacionamentos colaborativos voluntários entre os indivíduos, que geram redes ampliadas de troca, de aumento de produtividade e de inovações e, fundamentalmente, de uma mentalidade de empreendedorismo para uma maior geração de riqueza.
A mentalidade de soma zero impulsiona a ira contra pessoas e empresas inovadoras, como também a perversa continuidade das relações espúrias entre agentes estatais e “empresários compadres”, o compadrio.
A falácia do jogo de soma zero, de forma mais lesiva, vai corroendo o tecido social com mais divisão, alimentando inveja e ódio entre as pessoas.
Quando se reconhecerá a “verdade”? Eis a questão. Liberdade, Liberdade, Abre as Asas sobre Nós! Só as liberdades, individual e econômica, podem criar maior igualdade de oportunidades para geração de riqueza para todos.
Quando há maiores liberdades e, desse modo, oportunidades para os indivíduos, a fogueira das sedutoras narrativas ideológicas e da falácia do jogo de soma zero é abrandada, iluminando os caminhos para as virtudes do sucesso – virtudes essas que são o ingrediente essencial para uma mentalidade saudável e produtora de desenvolvimento moral, cultural, econômico e social.