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19 de março na história do Brasil

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Seis dias depois do Comício da Central de João Goulart, veio a resposta: a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, realizada em São Paulo, dando início a uma série de manifestações pelo país, que inclusive se estenderam até após a derrubada do presidente – em especial, uma enorme manifestação no Rio, que acabou chamada de “Marcha da Vitória”, em 2 de abril.

A marcha original foi idealizada pelo deputado federal do PSD paulista Antônio Silva Cunha Bueno – que, curiosamente, apesar de membro da ARENA, foi cassado em 1969 por se insurgir contra o AI-5 de Costa e Silva, tornando-se mais um líder civil do movimento de 64 a ser destruído pelo próprio regime militar. Ocorreu em 19 de março, com apoio de entidades empresariais de São Paulo e organizações religiosas, muitas delas especificamente congregando mulheres.

O evento, como as marchas subsequentes, reuniu militantes e personalidades com diferentes graus de convicção liberal-democrática: da mais ampla a nenhuma. Udenistas, pessedistas, lacerdistas, integralistas, tradicionalistas, liberais e antiliberais – e até a apresentadora de televisão Hebe Camargo (ela alegou que não sabia do que se tratava, mas ficou animada com as mulheres passando e decidiu ir atrás!) – se uniram para bradar seu repúdio ao janguismo, ao brizolismo e ao comunismo. 

As faixas levantadas, de todo modo, exibiam inscrições em defesa da democracia, da Constituição, de reformas realizadas dentro da legalidade e do respeito à moral cristã – em virtude de ser impulsionado por entidades religiosas, o nome do protesto originalmente seria “Marcha de Desagravo ao Santo Rosário”, mas o governador Adhemar de Barros ponderou que isso excluiria adeptos de outras religiões.

“Verde e amarelo, sem foice nem martelo”, “Lutaremos pela Constituição”, “O Brasil não será uma nova Cuba”, “Tá chegando a hora, de Jango ir embora”, “Um, dois, três, Brizola no xadrez”, eram algumas das palavras de ordem que se liam na grande manifestação. 

Infelizmente, sabemos o que veio depois: o liberalismo foi engolido e o autoritarismo estatizante veio a prevalecer.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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