Perdendo chances
A Polícia venezuelana matou o estudante Kluivert Roa, de 14 anos, em San Cristóbal, no oeste do país, durante um protesto contra o ex-motorista de ônibus e atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Tem sido comum, na América Latina, o desprezo à formação técnica e acadêmica para a ocupação dos mais elevados cargos políticos desses países. É um equívoco pensar que não ter preparo intelectual é um fator de condução apropriada de políticos inaptos para a assunção de elevados cargos políticos.
O despreparo intelectual pode dar aos eleitores com baixo grau de educação a impressão de que, enfim, assumiram o Poder. É um engano cujo custo é pago pela sociedade, com atraso e demagogia.
Venezuela é um “””exemplo de democracia”””, segundo o Lula.
Preclaro Arthur Chagas Diniz:
Sou assinante ativo e atuante deste Instituto Liberal, acompanhando-o semanalmente e com ele interagindo com comentários, etc. Antecipo que considero o IL um intelectualizado foro de debates amplos, com excelentes articulistas, temas sempre atuais e pertinentes, e não menos atentos comentaristas de nível mui considerável. Parabéns!
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Agora em relação ao tema em tela (o assassinato oficial do estudante venezuelano, escorado no argumento torpe do combate aos tumultos sociais [sic]) e a inusitada proliferação de mandatários sul-americanos sem a necessária formação técnica e acadêmica, peço sua vênia para externar minha humilde opinião.
1) Os protestos sociais são inerentes às verdadeiras democracias, embora todos os governos ditos “democráticos” reajam à voz do povo com violência exacerbada e descabida. Isto é histórico. É um dos bizarros paradoxos sociais que, em minha tese de 1976 (“O homem: esse projeto mal-acabado”), já destacava como uma das mais gritantes aberrações do comportamento humano dito “civilizado”. É tema para largo discurso e que por isso mereceria um debate mais amplo e multidisciplinar.
2) O perfil característico dos mandatários sul e centro-americanos (apenas para ficarmos em nosso continente) – com raríssimas exceções – nestas últimas décadas, tem exposto a nu indivíduos falsamente populistas, supostamente provenientes do seio do povo humilde, que galgaram posições políticas igualmente falsas, calcadas na pretensa “representação da voz do povo porque é do povo”. Nada mais falacioso. Um dos maiores expoentes desta raríssima e peçonhenta classe é o “falso profeta”, Lula da Silva. Assim também o foi Lech Walesa na Polônia, Lenin e Stalin na Russia, Mussolini na Itália, Peron na Argentina, dentre tantos outros “assassinos institucionalizados” (como uso denominá-los). Como os fenômenos sociais são cíclicos, e também, como a dita “democracia representativa” não passa de um imensurável engodo, depois de escorraçados do mando central, tais “líderes” voltaram à cena política (em novo ciclo), não por vontade popular, mas por total descrença política nos ditos “líderes democráticos” – apenas uma “máscara” distinta com conteúdo ideológico similar: abrigar-se (no) e locupletar-se com as benesses do poder.
Assim, meu caro Diniz, nada há de diferente se em relação, por exemplo, com épocas pretéritas. A questão reside no Homem social, do mais insignificante e alienado indivíduo das periferias, ao mais perfilado e portentoso político-empresário, sedento por poder e benesses financeiras. E este ciclo, respeitado articulista, é um “continuum mobile” que nunca irá mudar – salvo que esse projeto mal-acabado de que falo, venha a ser reconstruído em sua totalidade física e mental, o que é – convenhamos – bastante improvável.
Com todo respeito.
Prof. Dr. Juan I. Koffler A.
johnny.koffler@gmail.com
As empresas exigem curso superior para a maioria dos cargos de nível médio para cima. Agora para ser eleito e exercer um cargo público exige-se somente que o indivíduo seja alfabetizado.
Uma lei deveria exigir para o cargo de parlamentar e de chefe do executivo de todos os níveis de governo, o curso superior.