John Stuart Mill (1806-1873) nasceu em 20 de maio.

“Ao contrário do dogmatismo, ele também era um pensador marcadamente secular e preocupado com a emancipação feminina. (…) Mill foi significativamente influenciado pelo pensamento utilitário de Jeremy Bentham, que defendeu uma reorganização da sociedade de acordo com princípios racionais.

(…) Mill, no entanto, não defendeu o sistema benthamita de forma ortodoxa, criticando-o também, questionando-o das influências que recebeu do romantismo, especialmente do filósofo liberal alemão Wilhelm von Humboldt. De Humboldt, Mill extraiu a noção de Bildung, também destacada por Merquior como uma importante dedução da teoria da liberdade alemã adotada por liberais sociais como ele, entendido como “auto-formação, florescimento pessoal, desenvolvimento autônomo das próprias possibilidades”.

(…) Ele considerou a intervenção estatal válida “quando não é feita de forma autoritária e tem um senso de direção em vez de imposição”. O estado poderia manter hospitais públicos, por exemplo, mas não poderia impedir que os concorrentes surgissem; poderia ter um banco nacional, desde que não fosse monopolista. Teria o dever de conetidaria toda a sociedade, Mil, obresive, defenderia até a intervenção do Estado em favor dos animais contra excessos de crueldade dos quais seriam vítimas.

(…) Influenciado pelo empirismo inglês, ele, em vez de rejeitar completamente as teses socialistas, até mostrou alguma simpatia por alguns deles (os pacíficos) e queria, em suma, “ver para acreditar”. (…) As experiências socialistas utópicas ainda tinham a frescura da novidade e o socialismo marxista tinha até se fixado quando Mill produziu suas reflexões. O seu interesse intelectual na possibilidade de fazer contribuições úteis precisa ser compreendido neste contexto; (…) permanecem de relevância central suas reflexões sobre liberdade, justiça, democracia, sistema representativo, Estado de Direito e outros princípios nucleares da tradição liberal.” (O Papel do Estado Segundo Vários Liberalismos, Almedina/Edições 70, р. 216-221)