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Para que servem os sindicatos?

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Com ânimos à flor da pele e holofotes voltados para o Brasil, grupos organizados de diversas categorias— motoristas e cobradores de Ônibus, Professores, Policiais, metroviários, Movimento sem Teto— têm reivindicado o que entendem como direitos deles em formato de passeatas, greves ou ameaças de greves. E, em boa parte destas reivindicações, está presente a figura do sindicato. Mas será que eles cumprem um papel positivo para sociedade?

Apesar de muitos criticarem a atuação dos sindicatos, há certo consenso que estas entidades, de pessoa Jurídica de direito Privado, são positivas para sociedade e desempenham as seguintes funções: (1) defendem os interesses coletivos ou individuais de uma determinada categoria profissional e, por isso, são, inclusive, reconhecidas por lei; (2) defendem os direitos e os interesses do trabalhador.

Em partes, a primeira afirmação é verdadeira: os sindicatos até podem defender os objetivos de determinadas profissões. Mas até que ponto o interesse coletivo de uma categoria profissional é de interesse público? No caso dos Metroviários, por exemplo, que pedem mais 30% de aumento de seu salário— um valor acima da inflação e bem acima da média no mercado— quem perde é o cidadão, que banca toda a estrutura do transporte com os 40% da renda de seu trabalho que lhes é extraída pelo Estado.

Não é questão de ser contra que se ganhe mais, porém, é necessário compreender que valoração salarial não é um direito e sim uma conseqüência de mercado (aumento de produtividade, lucro e/ou qualificação de mão de obra). O leitor pode se perguntar se remuneraria, acima da média, alguém ou um serviço, apenas porque um determinado grupo acha que tem este direito e fez pressão nos legisladores para assinarem um pedaço de papel em formato de lei (como se a mesma fosse, também, pagar a conta que criou).

O segundo exemplo é mais objetivo. Como afirmar que algo ou alguém pode defender os trabalhadores, se até os interesses de colegas de profissão, que atuam na mesma companhia, podem ser conflituosos? Existe uma guerra entre quem trabalha e quem não trabalha? Ou entre patrão e empregado? Empresário não é trabalhador? Muitas destas organizações, vezes parecidas com máfias em suas estruturas, alegam defender o trabalhador, mas são os primeiros a criticar as greves quando elas acontecem por fora da estrutura do sindicato.

No caso dos cobradores e motoristas de ônibus paulistanos, os 18 terminais (dos 28) da cidade de São Paulo, que pararam suas atividades nesta semana em desacordo com o sindicato, foram chamados de “ações de uma minoria” por sindicalistas.Então a greve sem apoio do sindicado é ilegítima, apenas por isso? O que será mais interessante para alguns sindicatos, defender os supostos direitos de seus representados ou defender seus os próprios interesses como classe, que ganha polpudos recursos públicos e força política para alegarem defesa aos trabalhadores?

Vale afirmar, em paralelo, que esta discussão do papel dos sindicatos faz todo sentido justamente por conta da obrigatoriedade do trabalhador de ceder, em formato de impostos, um dia de seu trabalho no ano. Logo, os sindicatos,apenas, deveriam abster-se de representar o interesse público ou sentir-se satisfeitos por representarem apenas um grupo de interesses, caso abrissem mão destes vastos recursos públicos— que o ex- presidente Lula, praticamente, anulou a fiscalização do seu dinheiro que banca estas entidades— e tornassem efetivamente entidades privadas, mantendo-se com recursos privados apenas.

Usar recursos públicos ( de todos) para defender interesses de determinados grupos (de poucos) faz tanto sentido quanto ouvir um líder do MTST, Guilherme Buollos respeitar a propriedade privada do Corinthians— conforme ele afirmou—, ao mesmo tempo que invade propriedades que julga improdutivas.

Nunca é demais lembrar que: é mais fácil um pilantra conseguir o que quer, dizendo estar defendendo os interesses dos mais fracos em vez de dizer seus sinceros objetivos, alinhados, tão somente, ao próprio bolso, poder e vaidades. Aliás, para que, servem, mesmo, os Sindicatos?

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Wagner Vargas

Wagner Vargas

Graduado em Comunicação Social pela Universidade Anhembi Morumbi, Mestrando em Administração e Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV- EAESP), onde graduou-se em cursos de especialização em economia. Também é Sócio-Diretor da Chicago Boys Investimentos e atua com Assessoria de Imprensa, Comunicação Estratégica, Relações Públicas nos mercados: Siderúrgico, Varejo, Mercado Financeiro, Telecomunicações e em campanhas políticas. Integrante dos Conselhos de Economia e Investimentos em Inovação da CJE/FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), também é especialista do Instituto Millenium, onde produz entrevistas e artigos para o blog da Revista Exame.

2 comentários em “Para que servem os sindicatos?

  • Avatar
    26/05/2014 em 6:06 pm
    Permalink

    Os sindicatos deveriam ser repensados. Os sindicatos não poderiam ter ideologia política, mas tem. Os sindicatos se constituem em antro de oportunistas, que não querem trabalhar em seus empregos, e escolhem uma forma fácil de subtrair recursos da arrecadação sindical.

  • Avatar
    24/05/2014 em 1:42 pm
    Permalink

    Servem pra enriquecer a diretoria e garanti-los algum cargo eletivo.

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