O voto distrital
Não por se tratar de uma ideia absolutamente inovadora, o artigo de José Serra, hoje, no Estadão, parece-me adequado e… urgente. O sistema eleitoral, no Brasil, um país de dimensões continentais, mesmo dividido em unidades estaduais, não contribui para aproximar eleitores de seus representantes.
Nem mesmo vereadores em grandes cidades são escolhidos para serem representativos de determinados segmentos de eleitores. Em uma capital como São Paulo, é raro estabelecer-se vínculo entre eleitor e eleito. Dois ou três meses depois das eleições, muito poucos se lembram que candidato elegeram. Estes últimos raramente têm que prestar contas ao fim do exercício de seus mandatos. É este o sistema que permeia a totalidade das eleições no Brasil.
Com a exceção de uns poucos “patrocinadores” de suas campanhas a quem devem lealdade, nossos representantes não nos devem nada. E nada lhes podemos cobrar. O voto distrital seria um bom caminho para responsabilizar a política por suas atuações.
Voto distrital. Implantação gradual.
O voto distrital traz duvidas e desconfianças. A maneira de contornar isso, de vencer resistências, é com sua implantação gradual, a saber: começar pelas câmaras municipais onde a coisa parece mais simples e depois introduzir nas eleições estaduais onde aprenderemos, por exemplo, como estabelecer os distritos e seus limites geográficos.