O vale-alimentação
* ARTHUR CHAGAS DINIZ
Para os liberais e outras correntes de pensamento, quanto menos Estado, melhor! Quanto menos interferência do poder do Estado, menores as alterações de sinais na economia. Quanto menor o Custo do Estado, menos impostos; quanto menos impostos, menores os preços de produtos intermediários e menores os preços finais de produtos destinados ao consumo. Os impostos, como deriva do próprio nome, alteram as relações de consumo. Grande parte dos impostos hoje existentes se deve ao mastodôntico Estado brasileiro, cujo número de funcionários nas diferentes esferas já supera 1 milhão. Esses funcionários, por sua vez, com o suporte do Poder Legislativo, tratam de aumentar seus benefícios.
Agora que a Economist está repercutindo o tamanho do salário dos parlamentares brasileiros, vale lembrar o que foi noticiado há pouco tempo: o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a concessão do auxílio-alimentação a quase cinco mil magistrados da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho, abrindo as portas para pagamentos retroativos dos mesmos. Como se já não gozassem de nada desprezíveis salários.
Há que se recordar que o vale-alimentação era originalmente destinado àqueles com remuneração muito baixa. A ideia do TCU é garantir o vale para todos os seus integrantes. Como se fosse um aumento de salário, mas isento de Imposto de Renda.
Brasileiros pobres, remediados ou ricos vão pagar a conta. Que já não é baixa.