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O PT não aprendeu nada nem esqueceu nada

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Divulgada no início do mês, a Resolução Política Sobre o Balanço Eleitoral é o documento mais importante para entendermos como o Partido dos Trabalhadores avalia sua primeira derrota presidencial em vinte anos, o projeto vitorioso do presidente eleito Jair Bolsonaro e as prioridades partidárias nos próximos quatro anos.

Conhecer a atual mentalidade e agenda do alto escalão petista será fundamental na guerra política que nos aguarda.

O PT sai do ciclo eleitoral como o mais robusto representante partidário do antigo regime e não aceitará pacificamente seu exílio do poder. Devemos estar preparados para uma luta difícil, mas necessária, pelo destino do Brasil.

Mapeando aliados e territórios

De início, a resolução do Partido dos Trabalhadores indica o que a sigla percebe como aliados ao seu projeto de poder.

Entre menções genéricas ao eleitorado e à militância petista, há aquelas específicas ao ‘’Partido Comunista do Brasil, o PROS, setores do PSB, o PSOL e setores do PDT’’.

O PT ainda se vê como líder natural da esquerda brasileira e nem cogita ceder tal posto, indicando a continuidade da postura belicosa que motivou a sabotagem da candidatura de Ciro Gomes na eleição presidencial de forma a garantir protagonismo a todo preço.

Geograficamente, a região Nordeste é a única abordada como resultado eleitoral positivo, o que é explicado como tendo ocorrido ‘’em função do legado de Lula, da vigorosa ação política da militância do PT e do empenho político dos governadores petistas e aliados’’.

Cabe apontar que o Nordeste virou o foco, pois nada mais há em que se focar. O Partido dos Trabalhadores se entrincheirou na região pois o voto de opinião o expurgou do resto do país, não restando escolha fora apelar ao misto de medo e gratidão das populações mais vulneráveis ao coronelismo e ao assistencialismo.

Finalizado o comentário ao resultado, recapitula-se a ficção do PT sobre a história recente.

A Narrativa do Golpe e Lula Livre: cabeças da Hidra Totalitária

A narrativa petista descreve o fim da eleição presidencial de 2014 como o início de uma conspiração contra o partido, articulada entre PSDB, Eduardo Cunha, os EUA, as ruas, a grande mídia, as Forças Armadas, as polícias e parte do Judiciário.

Enquanto pouco se aprende com tal delirante acusação, o trecho sobre a conjuntura internacional aponta quais países e organizações o PT vê como aliados ao seu projeto. Tanto o BRICS é citado como CELAC, UNASUL e MERCOSUL, além dos países Cuba, Venezuela, Argentina, Equador e Bolívia. O novo Itamaraty faria bem em vigiar esses atores externos e buscar enfraquecer os laços do PT com eles.

A condenação e prisão de Lula são tratadas como farsa, mero trabalho de setores do Judiciário para legitimar a narrativa de ‘‘extrema direita’’ que trata o Partido dos Trabalhadores como organização criminosa, abrindo assim caminho para criminalizar a própria política e vender uma candidatura presidencial ‘’contra tudo que está aí’’ em 2018. A conclusão que fica é que o Judiciário conspirou em favor de Bolsonaro, ideia insana que mais parece ser destinada à militância que ao povo. O PT se expõe ao ridículo sempre que dá desculpas esfarrapadas para seus esquemas de corrupção e projeto de poder.

O documento interrompe a narrativa para enfatizar que as políticas sociais dos governos petistas ‘‘não bastaram para que mantivéssemos a conexão política com as maiorias sociais e para efetivar a disputa cultural de ideias e valores’’. Um aceno a projetos radicais como a censura da mídia, os conselhos populares e a submissão das instituições republicanas aos ditames do Executivo, todos presentes no programa de governo de Fernando Haddad.

Interessante notar que o petismo não vê chance de retorno à polarização com o tucanato, ao passo que percebe que ‘‘a estrutura política montada na campanha de Bolsonaro não foi nem será desmontada’’. O PSDB é tratado como coadjuvante político na medida em que a narrativa chega aos dias atuais.

Destaca-se a abundância de descrições das forças anti-PT como violentas, brutais e exterminadoras, o que serve ao propósito de vender que os simpatizantes do petismo correm perigo pessoal.

A eleição de 2018 é descrita como ‘’uma vitória da extrema direita, com corte fascista, que pela primeira vez em muito tempo, talvez desde o Integralismo na década de 1930, se expressa de forma nítida sobre suas bandeiras autoritárias, excludentes e de natureza profundamente antissocial, antinacional e antidemocrático’’.

A proposta desse grupo incluiria o ‘’desmonte e destruição de praticamente todas as políticas sociais e de soberania nacional presentes na Constituição de 1988’’. A Previdência Social, o SUS, a Educação pública, o Sistema Único de Assistência Social, a reforma psiquiátrica, a demarcação das terras indígenas, as estatais e os direitos das minorias são ditos ameaçados.

O cenário pós-eleição é visto pelo Partido dos Trabalhadores como gravemente anormal, tendo em vista que ‘‘o pacto constitucional que foi quebrado com a derrubada de Dilma, a prisão e o impedimento da candidatura de Lula não será restabelecido, e podemos afirmar que o ataque à democracia encerrou o respeito aos direitos civis e políticos mínimos…O objetivo será a destruição e criminalização do PT, da esquerda e dos movimentos sociais, num ritmo mais acelerado do que antes das eleições’’.

Em suma, o PT se vê acima da própria República e, no melhor estilo ‘‘acuse-os do que você é’’, pinta seus adversários como inimigos existenciais sem escrúpulos. A reação nacional contra o partido mais corrupto da nossa história, seja pela sociedade civil ou pelas instituições republicanas, é vendida como a ação de forças ocultas operando em escala internacional. É uma típica postura totalitária, onde o Partido se apresenta como acima de tudo e todos, não existindo instância capaz de repreendê-lo legitimamente.

Sob esse tom, a organização criminosa passa a descrever seus próximos passos.

O jogo sujo que está por vir

Três eixos são dados como guias do petismo no pós-eleição: a articulação nacional e internacional para livrar Lula da cadeia, a blindagem da estrutura de articulação petista dentro do Estado brasileiro e a blindagem dos canais estatais de financiamento ao projeto de poder do Partido dos Trabalhadores e seus aliados.

O PT fala, com todas as letras, que ‘’não temos mais como acreditar na imparcialidade e na justeza do funcionamento das instituições brasileiras’’. É um convite à sabotagem da República e deve ser tratado com a seriedade cabível.

Vale notar que os primeiros lugares onde o partido pretende criar ‘’núcleos de luta’’ são as universidades e escolas, o que reforça a importância da dominação dos serviços educacionais na estratégia petista, ainda que sob caráter informal.

A modernização da comunicação do PT e seu avanço nas redes sociais são tratados como prioridade na ‘‘batalha cultural e luta contra a extrema-direita’’.

Enfatiza-se inclusive a ‘‘centralidade da batalha cultural em todos os âmbitos, inclusive tecnológica, da luta ideológica, da defesa dos direitos humanos, das ideias e dos valores (cooperação, solidariedade e respeito à diversidade), a visão democrática do mundo com radicalidade, inspirados por nosso projeto histórico do socialismo democrático’’.

O aprofundamento na infiltração de grupos da sociedade civil também é dito importante. São citados os grupos Movimento Evangélicos pelo Estado de Direito, Médicos pela Democracia, Jornalistas pela Democracia, Juristas pela Democracia, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e Academia Brasileira de Ciências, bem como os reitores das universidades e institutos federais.

É hora de colocar o PT no lixo da história brasileira

A Resolução comentada mostra que o Partido dos Trabalhadores perseguirá seu projeto de poder a todo custo, não tendo nenhuma disposição a fazer uma autocrítica que o afaste de suas práticas criminosas e pretensões totalitárias.

O PT é, portanto, uma organização criminosa que ameaça a própria República brasileira e deve ser neutralizada o quanto antes.

É impossível derrotar o que o partido representa com uma mera canetada; há muito trabalho a ser feito e briga a ser comprada.

Porém, buscar entender a mentalidade do adversário, como fizemos aqui, ajuda a antecipar movimentos, poupar recursos e, em última instância, salvar vidas.

O Brasil já sofreu violência e abandono por anos demais. É nosso dever atender ao chamado histórico de tirar nosso país do buraco. A chance pela qual tanto lutamos está diante de nós.

*Sobre o autor: Luiz Guilherme de Medeiros é fundador do Instituto Liberal do Centro-Oeste e do Partido NOVO.

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