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No auge da crise, o auge do lulopetismo de coalizão comprada

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Créditos: página do Fabio Ostermann
Créditos: página do Fabio Ostermann

Estamos entrando no clímax da crise política que consome o Brasil desde o estouro da bolha econômica inflada pela deletéria expansão econômica pelo consumo, que é a principal política pública na área de gestão econômica da era lulopetista (2002-2016).

Já falamos neste espaço algumas vezes que uma economia só cresce de maneira sustentável se o aumento do consumo ocorrer em conjunto com o aumento da produtividade da economia, caso contrário, esse consumo estará dilapidando poupança nacional e inviabilizando, no longo prazo, investimentos em desenvolvimento tecnológico, educacional e estrutural. O crescimento do consumo de maneira forçada, através de subsídios para pobres e ricos, inevitavelmente gera crise econômica, desemprego e liquidação de maus investimentos. Um roteiro infalível seguido à risca pela equipe econômica de Guido Mantega, que Levy e Barbosa não puderam contornar.

Enquanto a crise econômica vai gerando uma intensa crise política, o lulopetismo volta a fazer a única coisa que sabe quando está politicamente necessitado de apoio: corrupção e troca de favores.

O lulopetismo nunca foi uma unanimidade no Congresso Nacional. Sequer formou, em qualquer momento, uma maioria ideologicamente comprometida com seus princípios ideológicos básicos. Nem mesmo na saída das eleições de 2002, quando Lula só não venceu no Estado de Alagoas.

Essa falta de apoio parlamentar genuíno no Brasil é um problema particularmente grave, pois o sistema de governo brasileiro é um presidencialismo com muitos elementos de parlamentarismo. Vários dos constituintes de 1988 já declararam que a Constituição brasileira foi pensada para um modelo parlamentarista, e não presidencialista, sofrendo gatilhos para poder se adaptar a esse tipo de sistema. O próprio ambiente multipartidário não é propício para o presidencialismo, pois o Presidente nunca consegue apoio parlamentar suficiente apenas dentro do seu próprio partido ou coligação original. O presidencialismo faz muito mais sentido em um sistema bipartidário.

Daí vários cientistas políticos nacionais declararem que o Brasil vive um sistema político misto, chamado de “presidencialismo de coalizão”, onde o Presidente, recém-eleito, precisa cooptar outros partidos, mormente através de cargos e favores, para conseguir a maioria necessária para governar.

Voltando ao lulopetismo, esse movimento político fez desse erro de sistema uma arte. Transformou a coalizão política em formação de quadrilha. Deputados deixaram de ser convencidos e passaram a ser comprados, no sistema conhecido como Mensalão, que inclusive gerou condenações criminais como as imputadas a José Dirceu e José Genoíno. Além disso, outros movimentos como o Petrolão e os saques a todas as estatais brasileiras, em especial os Correios e a Petrobras.

Agora, nos seus momentos finais, escancara esse método de fazer política negociando cargos e, provavelmente, mais propinas, para partidos grandes (como o PP), médios (como PR e PRB) e pequenos (como o PTN) para impedir a aprovação do impeachment, tal como Collor fez há 24 anos atrás.

Uma vez eu ouvi uma frase de um amigo que se encaixa perfeitamente ao momento atual: “a hipocrisia é a deferência que o imoral faz à virtude”. Normalmente, mesmo uma pessoa inescrupulosa sabe distinguir o certo do errado, ainda que escolha sempre fazer o que é errado. Então, enquanto pratica sua imoralidade, tenta esconder esse feito, praticando hipocrisia porque sabe que a sociedade o recriminará se descobrir a verdade. Quando o malfeitor sequer é hipócrita, escancarando sua vilania em público, é porque perdeu totalmente o norte moral, já não mais se importando com o que os outros, ou Deus, pensam dele. Não há nenhum balizamento ético.

É nesse estágio que se encontra o lulopetismo. Na falta de qualquer referência, destila suas impropriedades como se coisa normal fosse. Nas palavras de Lula, “querem criminalizar a política”, frase essa muito bem ironizada pelo site Sensacionalista, ao anunciar que Lula acha que “querem criminalizar o crime”. A política não é antiética. O homem é um animal político, já dizia Aristóteles. Antiético é o PT, e sequer faz questão de esconder.

Basta agora conferirmos quem abraçará esse monstro para morrer politicamente junto. Com a palavra, os nobres deputados.

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Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

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