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Não à Intervenção Militar!

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Alguns próceres da esquerda sentem que seu castelo de cartas começa a desabar e procuram agarrar-se a qualquer coisa que possa amenizar o enorme desgosto de ver o outro lado tomar conta das ruas, tidas até antão como propriedade exclusiva deles.

Hoje pela manhã, por exemplo, escutava na Rádio CBN, a caminho do trabalho, o programa “Liberdade de Expressão”, que debatia as passeatas de domingo.  Uma das comentaristas, a senhora Viviane Mosé, bastante exaltada e cheia de razão, afirmava que não via legitimidade nas passeatas e que o rumo dos protestos era perigoso, porque clamavam por duas ilegalidades: o impeachment e a volta dos militares.  Em favor de seu argumento, ela reverberava as entrevistas de dois ex-ministros do STF, ontem, no Fantástico, ambas questionando a constitucionalidade daquelas duas bandeiras.  Repetia, num misto de galhardia e indignação, o bordão: fora da lei não há solução.  É preciso defender a democracia acima de tudo.

Não sem alguma razão, aquela comentarista repetia a todo instante que as manifestações de domingo não a representavam e que ela jamais iria para a rua participar de protestos ao lado de defensores da ditadura militar. Sem ter mais o que criticar, até porque as manifestações foram um espetáculo absolutamente pacífico de civilidade, aquela militante de esquerda agarrava-se com todas as suas forças ao delgado fio de razão que uma ínfima minoria, embora muito barulhenta, concedeu a ela para esculachar as manifestações.  E fez isso, devo dizer, com grande eficiência.

De fato, aquela pequena minoria parece ter parado no tempo.  Ainda está em 1964, em plena Guerra Fria, vivendo num país desprovido de instituições democráticas que pudesse defendê-lo da ameaça comunista.  Não enxergam outra saída para o país que não passe pela Caserna e não percebem que essa postura só fortalece os seus próprios inimigos.

Tenho pelos militares o maior respeito e admiração.  Mas daí a achar que eles são a melhor escolha para governar o país, vai uma enorme diferença.  Treinamento e formação militares são a antítese da política.  Nos quartéis, como não poderia deixar de ser, impera a hierarquia, a obediência sem contestação.  Na política, por outro lado, o que conta é o debate aberto, o confronto de idéias, as decisões por maioria.  Nada contra se os militares quiserem fazer política, desde que o façam pelos caminhos institucionais, via partidos políticos e eleições democráticas.

Não acredito tampouco que os longos anos em que os militares estiveram no poder tenham sido proveitosos para o Brasil. Só para lembrar, exceto pelo mandato do presidente Castelo Branco, o período militar foi marcado por um intervencionismo econômico sempre crescente, que nos legou um país hiper burocratizado, protecionista e centralizado.  O Governo do General Geisel, por exemplo, abriu mais empresas estatais que qualquer outro governo, de direita ou de esquerda.  Ademais, olhem para os países mais civilizados e ricos do planeta e me digam: quais deles são ou foram governados, durante muito tempo, por militares?

Eu sei que as manifestações democráticas devem ser plurais e que não dá para afastar certos grupos “a priori”.  Desde que pacificamente, eles têm tanto direito de protestar e desfraldar suas bandeiras como quaisquer outros manifestantes.  Mas seria bom que nós, membros da dita direita liberal, também começássemos a rechaçar essas idéias esdrúxulas e extemporâneas, ainda que minoritárias.  Vamos parar com essa bobajada.  Até porque, tudo que não precisamos é dar argumentos para os nossos opositores.

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

4 comentários em “Não à Intervenção Militar!

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    17/03/2015 em 11:49 pm
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    Sobre militares na situação política atual não há muito a ser dito: deixa quieto! Sobre o regime militar de 1964-1985 sempre há muito a ser dito.

    “Golpe à brasileira”, por Marco Antonio Villa.
    http://www.libertarianismo.org/index.php/artigos/golpe-brasileira/

    “1964 – um testemunho”, por Fernão Lara Mesquita.
    http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,1964-um-testemunho-imp-,1150321

    “Incomparáveis”, por Olavo de Carvalho.
    http://www.olavodecarvalho.org/semana/071015dc.html

    https://www.youtube.com/watch?v=TKFDKE-xBCU

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    17/03/2015 em 11:28 pm
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    Fala-se de militar no Brasil com um preconceito tão estúpido!!! Que diabos gente! Porque não estudar o período de forma menos ideologizada para fazer justiça aquele momento histórico. Houve perseguição claro, mas aos que estavam envolvidos com o processo político. Eu fazia parte da política estudantil na época e tinha muito medo da repressão, embora fosse daqueles militantes ingênuos que se espantava quando descobria que determinado estudante fazia parte de grupo armado.
    Não tolero ver esses esquerdistas de merda falarem mal da ditadura militar e não mencionarem uma vírgula sobre as ditaduras de esquerda. Esquerdista não está autorizado a falar mal de ditadura, pois a ditadura é a única forma que eles se utilizam, desde sempre, para tomar o poder. Quanta hipocrisia!
    A ditadura militar no Brasil foi a única alternativa à ditadura do proletariado que se avizinhava naquele momento. Foi um período triste da nossa história, sim. Mas também foi um período de muito crescimento. O processo de industrialização do país foi assegurado, a infra estrutura urbana para lhe dar suporte, também. Nunca se construiu tanta habitação no país como naquele momento. Foram realizados investimentos em infraestrutura como nunca. É do período, a criação de grandes empresas de energia elétrica (vejam Itaipu), de saneamento, logística de transporte e circulação de mercadorias (pena que os acordos negligenciassem as nossas ferrovias). O governo militar, do ponto de vista econômico nos deixou um legado respeitável. Dada a condição geopolítica da época ou se abraçava o diabo capitalista ou o capeta comunista. Gostaria de ler alguma coisa sobre esse período que não envolvesse preconceitos ideológicos.
    A única coisa que não se pode tolerar e defender são os excessos: a tortura e morte de cidadãos. Mas lembremos que os excessos foram dos dois lados.
    Temos de lutar pela democracia sempre, mas não sei se a esquerda quer isso. Lembro-me que não pensavam assim os estudantes de esquerda nos anos 70 e 80. Para eles DEMOCRATA era termo pejorativo. Era conceito que definia um burguês, um bosta, um não revolucionário. Devem pensar assim até hoje.
    É muito importante que os jornalistas sérios denunciem esses tipos como essa jornalista da CBN. Mas o façam sem timidez para desmistificar o que foi o processo ditatorial brasileiro. Mostrem as mazelas, mas também as condições históricas e a conjuntura internacional em que ela se deu.
    Sou a favor da democracia e contra pedir pelos militares para intervirem diante da anomia social em que nos encontramos. Temos instituições democráticas que ainda dão conta do processo. Contudo, se o exército do Stédile, a pedido do Lula botar as manguinhas de fora, ficarei de joelhos rogando aos militares que me defendam e ao desarmado povo brasileiro.

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    17/03/2015 em 12:00 am
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    O Luciano Ayan já escreveu diversos artigos sobre isso.

    Já foi explicado diversas vezes que é uma minoria ínfima que pede intervenção militar, mas a mídia esquerdista dá atenção apenas ao grupo que levantava cartazes que dava pra contar nos dedos. Dessa vez, felizmente, a mídia em geral deu bem menos atenção à esse grupo que pedia intervenção militar.

    O que resta é EXPULSAR das manifestações quem continua pedindo intervenção militar NUMA MARCHA QUE NÃO É PARA INTERVENÇÃO MILITAR.

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    16/03/2015 em 5:50 pm
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    Concordo com o amigo cidadão e brasileiro que e, à politica brasileira não tem moral ética e respeito
    pelos eleitores perderam a credibilidade e conquistar vai chão, qualquer partido PT,PSDB este o
    monopólio politico da nação, os Nanicos, partidos de menores expressão ,não vão contra os grandes
    seja esquerda ou direita, cada qual tem seus interesses talvez colocar um nome de rua, ou ajudar
    sua ong,com emendas parlamentares, todos acabam entrando no esquema, afinal sempre daqui
    a dois anos tem eleição, mal acaba a eleição de presidente e governos, passa um ano e meio começa
    prefeitos e vereadores, parece campeonato Brasileiro, todos com a mão suja, infelizmente, o congresso
    renovou muito pouco, tudo vai ficar em uma gaveta, anão cueca, governador ,trem Si ermes, Petrobras,
    BNDES que vem por ai ,desconfio que vai piorar, Bilhões extraviados na conjuntura da ordem e progresso
    deles,CPIs pra que? Acaba tudo em pizza, gostaria sim que os militares não descem o golpe mas uma pequena intervenção
    12 ou 24 meses, preciso para uma bela auditoria, começando no Congresso Nacional, quem não e ladrão ficaria
    muito tranquilo, quem deve a nação devolveria tranquilamente ou democraticamente, depois as licitações, empresas
    duvidosas, todo tipo de mecanismo que venha a prejudicar a nação, acredito no povo, não no bandido de gravata.
    não culpo a Dilma o Aécio a Marina o Lula o FHC ate Figueiredo todos tem seus pontos forte e fracos, mais o
    maior responsável somos nos mesmo. Tomará que a semente vingue.

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