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Mil placas distribuídas em manifesto a favor do crime na Cinelândia

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Não sei mais o que falta acontecer. Leio no Uol a seguinte notícia: “Em uma hora, protesto distribui mil placas com nome de Marielle”. Vamos ao primeiro parágrafo do texto da matéria:

“Um ato em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), morta a tiros em 14 de março com o motorista Anderson Gomes em crime até hoje não resolvido, distribuiu mil placas com o nome da parlamentar neste domingo, 14, na Cinelândia, no Centro do Rio. Foi um protesto contra a destruição de uma tabuleta com o nome de Marielle, no mesmo local, por dois candidatos do PSL, no primeiro turno da campanha eleitoral. Houve protesto contra o presidenciável Jair Bolsonaro, do mesmo partido (“Ele não!”) e gritos de apoio a seu oponente, Fernando Haddad (PT) (“Haddad sim!).”

Aos fatos. No começo de outubro, o Boletim da Liberdade, portal de notícias de que sou um dos editores, publicou a seguinte notícia: “Candidatos do PSL arrancam placa falsa de Marielle Franco no Centro do Rio”. Entenderam? Precisa desenhar? Placa falsa!!!

O que havia ocorrido era que a placa postiça em questão tinha sido colocada em cima da placa oficial que nomeia a Praça Floriano, um dos pontos mais conhecidos e importantes da cidade. Imagine que alguém desejasse homenagear vítimas – e não se discute aqui que a vereadora foi vítima de um crime bárbaro, da pior espécie, tanto quanto seu motorista, e que o caso precisa ser elucidado o quanto antes, como tantos outros aguardam elucidação – substituindo com o nome delas todas as placas oficiais de ruas e praças, sem oficialização alguma. Como as pessoas poderiam se orientar e saber em que rua estão? Como os mapas manteriam validade? Imaginem o absoluto transtorno para quem não conhecesse muito bem os lugares para onde vai.

Tal atitude é uma desfiguração, é um crime, que, sobretudo generalizado, prejudicaria a vida de muita gente. Os candidatos do Partido Social Liberal, apoiadores de Bolsonaro, que arrancaram a placa com que alguém havia revestido a denominação oficial da Praça Floriano, podem ser questionados pelo gosto da fotografia com que estamparam seu feito nas redes sociais, se assim a oposição desejar. Porém, criminosos foram os que colocaram a placa; ao retirá-la, eles cumpriram seus deveres como cidadãos e beneficiaram a comunidade política em que vivem.

Que aconteceu dias depois? Os grandes veículos e algumas páginas, como Veja, Catraca Livre, Estadão e até a Jovem Pan divulgaram a mesma notícia totalmente distorcida, com manchetes como “Candidatos do PSL destroem homenagem pública a Marielle”. O Estadão chegou a chamar de “suposta depredação” – suposta! – a colocação da placa falsa. Alguém ainda tem dúvida da falta de honestidade da nossa grande imprensa e de como alternativas são importantes?

Inspirados por essa mentira, explorada inclusive na propaganda eleitoral do PT, as pessoas que coletaram essas mil placas falsas no protesto– bem como, com ainda mais razão, os responsáveis por confeccioná-las – promoveram um ato em celebração do crime. A própria apologia a Haddad e ao PT é, por extensão, uma apologia ao crime, mas o detalhe pitoresco do motivo por detrás da manifestação acrescenta tons de tragicomédia a estes dias esquizofrênicos.

Vivemos em tempos surreais, em que uma espúria manipulação midiática para escusos objetivos políticos enseja um culto tribal à irracionalidade e ao engodo, uma ode à confusão propositadamente semeada em prejuízo de toda a coletividade.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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