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Manchetes Marotas

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Ao abrir um jornal, uma revista ou um portal da internet, quantas matérias o estimado leitor lê, em relação ao numero de manchetes sobre as quais passa os olhos?  No meu caso, posso dizer que não me aprofundo em mais de 5% das notícias.  Portanto, em 95% dos casos, a informação apreendida resume-se ao teor das manchetes.

Sabedores disso, os jornalistas aprendem, desde cedo, que as manchetes, bem como o parágrafo introdutório, talvez sejam as partes mais importantes de qualquer matéria.  A manchete deve, ao mesmo tempo, chamar a atenção do leitor para a notícia e apresentá-la de forma sucinta, a fim de que dêem uma boa noção do que vai abaixo.

O problema é que isso muitas vezes é uma faca de dois gumes.  Não é raro depararmo-nos, por exemplo, com notícias cujas manchetes estão muito distantes dos fatos narrados na matéria.  Não falo nem de certos exageros retóricos, mas de inversões deliberadas de significado mesmo, produzidas com o claro intuito de iludir o leitor.  Infelizmente, isso passou a ser muito comum nas matérias sobre o clima, notadamente nas que têm, como pano de fundo, o aquecimento global.

Vejam o seguinte exemplo, do Portal Terra:

O título da matéria, em negrito e letras garrafais, nos informa que

Acidentes vasculares cerebrais podem estar associados a mudanças no clima”.

Ora, qualquer leitor minimamente informado, que não se interessasse em ler a íntegra da notícia, ficaria com a impressão que acidentes vasculares são mais uma conseqüência nefasta das mudanças climáticas, associadas ao aquecimento global.

Quem for ler a notícia, no entanto, ficará sabendo que a coisa é muito diferente disso.  Na verdade, o que a matéria informa é que um eventual aumento médio da temperatura global será benéfico para os doentes vasculares.  Senão, vejamos:

o clima mais quente reduz o risco de se precisar de um tratamento hospitalar e melhora as chances de sobrevivência. Já temperaturas mais baixas podem provocar acidentes vasculares devido à exposição ao frio, o que pode acarretar desde aumento da pressão arterial e a retração dos vasos sanguíneos, o que resultaria na coagulação de plaquetas.”

Mais adiante, lemos o seguinte:

“As temperaturas médias anuais mais baixas foram relacionadas a internações por acidentes vasculares seguidos de morte, segundo o estudo. “Pesquisas futuras são necessárias para entender melhor a causa e o efeito de alterações nas condições climáticas, bem como para explorar potenciais mecanismos para essa associação”, disse Judith Lichtman.”

Assim é fácil criar consensos…

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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