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Liberais, John Stuart Mill e a vacinação obrigatória

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Acho sensacional que as pessoas iniciem a caminhada para se tornarem liberais. É um caminho árduo e tortuoso para quem não tinha noção correta daquilo em que consiste ser um.

É árduo, porque exige rompimentos com dogmas, mitos e sentimentos que lhe foram incrustados na mente desde pequeno.

É tortuoso, porque as ideias coletivistas estatistas, que haviam sido instaladas no seu subconsciente ao longo do tempo, agem como anticorpos tentando destruir ou transmutar na sua essência as ideias liberais que chegam e são recebidas relutantemente.

O caminho tem sido esse: o sujeito era marxista, se torna social-democrata, vira “neoliberal” e aí começa a enfrentar o desafio de seguir adiante, rompendo totalmente com seu passado intelectual, para abraçar uma causa que passou combatendo a vida inteira.

O que eu vejo é que há muita gente que estancou no meio do caminho e tenta puxar para si a linha divisória que distingue um liberal de verdade de um liberal recalcado, no sentido de não se permitir abandonar o social que ainda está impregnado no seu ser.

É óbvio que é melhor ter um sujeito mais ou menos liberal do que um completo idiota, ainda que se saiba que o que lhe restou daquela ideologia idiotizante não apenas pode minar a sua compreensão do que é ser um liberal de verdade como pode tentá-lo a querer perverter os princípios, valores e ideais liberais para poder se sentir confortável na nova roupagem, mas vestindo ainda uma imaginária farda ideológica comum à esquerda, como se fosse uma escondida tatuagem do Che Guevara, o que caracteriza um mutante inacabado.

É fácil identificar um coletivista estatista enrustido quando, por exemplo, ele recorre à visão de um pragmático utilitarista como John Stuart Mill para usá-lo como referência do que seria um liberal por inteiro. Ora, nenhum adepto do utilitarismo é um liberal por inteiro, nem mesmo John Stuart Mill, que fez, principalmente na sua obra-prima On Liberty, defesas vigorosas da liberdade individual, sem esquecer de lembrar que os fins justificam os meios.

Os “quase-liberais pero no mucho” resolveram fazer uma interpretação infame do “harm principle” do Mill que diz exatamente que os indivíduos que ameaçam a integridade física dos outros devem ser contidos e sua liberdade, portanto, deve ser limitada.

Ora, a existência das pessoas em si não ameaça ninguém até que haja um fato concreto que comprove que isso é um fato. Muito se discute se pessoas embriagadas, cuja consciência está diminuída pela ingestão de álcool, seriam uma ameaça real, o que justificaria que fossem impedidas de dirigir.

A mesma coisa se pode dizer a respeito do porte de armas sem que se saiba se o portador tem condições técnicas e psicológicas para circular livremente com uma arma automática na cintura, exposta ou não.

Agora, o “harm principle” vem sendo esticado como um elástico vagabundo pelos “quase-liberais” para servir de apoio à tese autoritária e esdrúxula que defende vacinação compulsória.

Ora, o que John Stuart Mill diria, na minha opinião, é que o princípio de não agressão como defendido por ele dá sustentação à quarentena de infectados, indivíduos que ameaçam concretamente a integridade física dos demais que com ele convivem naquela sociedade.

Gente que não foi infectada ou que já é imune porque já foi contaminada e se curou não oferece ameaça a ninguém.

Portanto, cabe usar John Stuart Mill, ou qualquer outro autor liberal que defende, à sua maneira, o mesmo princípio liberal de que ninguém pode ser obrigado a fazer o que não quer como, por exemplo, ser contagiado por um vírus, para justificar, não apenas a quarentena, como também, e principalmente, a recusa de ver seu corpo inoculado com uma vacina contra a sua vontade.

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Roberto Rachewsky

Roberto Rachewsky

Empresário e articulista.

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