Jornalismo noveleiro

Print Friendly, PDF & Email

Raphael Alves Tiburtino*

paparazzi3

“Vocês [os judeus] só olham para o rabo de vocês”. – Marcelo Tas

O gênio de Franz Kafka, se vivo estivesse, fosse brasileiro, e seu judaísmo lhe permitisse ainda mais generosidade para com a humanidade, teria transformado tão singela frase numa complexa continuação de “A metamorfose”, algo com o título de “A metamorfose 2 – o rato”.

Mas Kafka não está vivo, e também não é brasileiro, e por mais que seu judaísmo lhe confira magnanimidade, quem escreve estas mal traçadas linhas sou eu. E a grande ironia é que apesar de eu ser judeu como Kafka, estar vivo, e ser brasileiro, ficarei limitado a uma resposta nada genial, da qual espero, ao menos, proficuidade.

Da mesma forma que o patriarca Abraão era um homem de poucas palavras.

De poucas palavras, porém de muita ação. Não era de discursos demagógicos; era de atos, que não incluíam sorrir para as câmeras, posto que ainda não existiam. Abraão, então, sorria para os exaustos viajantes no deserto, ambulantes que convidava para a sua tenda, a fim de oferecer-lhes banquetes gratuitos, além de muita água para beberem e lavarem seus pés cansados.

Foi exatamente nessa bigorna de bondade que o povo judeu foi forjado. Tanto que, mais tarde, o grande sábio Hilel explicou que toda a Torá se resume em não fazer ao próximo aquilo que não quiser que o próximo lhe faça.

Por isso, e por presenciar diariamente a prática de tais ensinamentos, sempre imaginei que o judeu olhasse não somente para o “rabo” do próximo, como também para o seu estômago, sua autoestima, sua saúde, seu bem-estar, seu ser, sua essência.

De modo que quando um judeu é chamado de egoísta, antes mesmo de se sentir ofendido, ele se sente caluniado.

Por outro lado, mesmo ferido no meu orgulho judaico, não desejo incorrer no pecado do “porque sim não é resposta”. Assim sendo, exemplificarei o que escrevi até aqui de forma bastante resumida, com fatos que demonstram o que os judeus da Terra Santa realizam em prol dos seus inimigos declarados, que não escondem de ninguém um desejo irreprimível de varrer Israel do mapa:

* Mais de 100 mil palestinos ganham a vida em Israel, o que representa mais de 10% do PIB palestino;

* Israel está construindo 4 subestações elétricas e ainda abastece os palestinos de mais de 5 bilhões de litros de água potável por ano;

* Os palestinos recebem atendimento de primeira classe em hospitais israelenses;

* Só no primeiro semestre de 2013, mais de 94 mil palestinos se trataram nesses hospitais;

* Apesar de o Exército continuar descobrindo túneis do terror, Israel não interrompeu o fluxo de bens de consumo para Gaza. (Fonte: Ron Prosor, embaixador de Israel na O.N.U.)

Logo, posso não ser Franz Kafka, mas felizmente também não sou Gregor Samsa, o homem que acordou e percebeu que havia virado um inseto gigante.

Porque se nós judeus formos a metade daquilo de que nos acusam, na realidade seremos o dobro de tudo, porque apesar de tantas acusações pairando sobre as nossas cabeças, ainda conseguimos despertar pela manhã, nos olhar no espelho e não ver monstro algum.

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Instituto Liberal

Instituto Liberal

O Instituto Liberal é uma instituição sem fins lucrativos voltada para a pesquisa, produção e divulgação de idéias, teorias e conceitos que revelam as vantagens de uma sociedade organizada com base em uma ordem liberal.

5 comentários em “Jornalismo noveleiro

  • Avatar
    13/08/2014 em 7:05 pm
    Permalink

    Caro Tiburtino: Excelente o teu texto pelas referências históricas bíblicas e a analogia literária com Franz Kafka. Pelo teu nome, v. é de origem Sefaradita. Quem conhece a história do povo judeu na Península Ibérica, o Califado de Granada, que juntou árabes e judeus para produzir uma civilização de notável brilho numa Europa medieval, sabe o quanto os filhos de Abraão contribuíram para os pilares do mundo ocidental moderno. E Israel, após 2 mil anos de diáspora, continua a produzir Luz e saber no Oriente Médio.

  • Avatar
    12/08/2014 em 9:28 am
    Permalink

    Marcelo Tas é simplesmente um pândego de coisas domésticas… Precisa acompanhar a cultura e educação forte do povo de Israel e tomar conhecimento das mais de 7300 patentes somente no exterior e os prêmios Nobel de Química e Física de todos os tempos em especial 2005 a 2013…
    Israel não obriga ninguém a ser judeu…
    Paga mais de US$ 100 milhões de impostos por mês para a Palestina e não tem uma gota de petróleo…! A inveja pode matar, mas jamais a um povo que sempre foi invejado desde os tempos de Salomão e a Rainha de Sabath (Etiópia) que buscou conhecimento de Salomão…

  • Avatar
    12/08/2014 em 9:16 am
    Permalink

    Seria muito bom se todos soubessem que Israel é dono de 7235 patentes somente no exterior… e maior detentor de Prêmios Nobel de Química e Física… Bem aventurada é a Nação que não luta contra Israel…

  • Avatar
    11/08/2014 em 3:47 pm
    Permalink

    Excelente texto. Marcelo Tass é um bobo que pensa ser intelectual…

  • Avatar
    11/08/2014 em 12:07 pm
    Permalink

    Como se a opinião de Marcelo Tas valesse alguma coisa. É muito fácil criticar Israel porque todo mundo o faz e assim não tem que se dar explicações do porquê ser a favor de sua defesa legítima. É muito fácil pertencer à massa.

Fechado para comentários.

Pular para o conteúdo