Iniciativa privada dá outra lição ao Estado
Um time da Série C do Campeonato Carioca de Futebol apresentou projeto para construir um estádio de última geração com capacidade para 43 mil pessoas. Um Estádio padrão FIFA!
Qual o custo estimado? Na segunda etapa, de R$30 milhões, mas a obra total não deve quiçá chegar aos R$100 milhões, devido ao volume de investimentos necessários estimados para cada etapa. Isso mesmo, enquanto os Estádios com investimento público, construídos e/ou reformados para a Copa do Mundo, ultrapassam os R$1,5 bilhão (R$1.566 bilhão aproximadamente), que é o caso do Estádio Mané Garrincha, que tem capacidade para 70 mil pessoas, o Estádio do Gonçalense F.C. custará “apenas” aproximadamente R$100 milhões.
“Ah, mas o Mané Garrincha tem capacidade muito maior e a área é maior também”. Ok! Só que a Arena Pantanal (um estádio construído em Cuiabá, Mato Grosso, onde a média de público em jogos locais sequer passa dos 2 mil torcedores) possuirá 42.968 lugares e o custo final será no mínimo 5 vezes maior (R$525 milhões pagos com nossos impostos).
O que esperar quando deixamos nas mãos do Estado prover a construção de Estádios para um evento esportivo? O Estado é incapaz de gerir os escassos recursos que adquiriu através da coerção conhecida como imposto e ainda mais incapaz de alocar tais recursos racionalmente, pois não está sob as leis de mercado, logo, não precisa se preocupar com o sistema de lucros e prejuízos, o que impossibilita o cálculo econômico e impede que se mensure qual a demanda e o quanto é necessário ofertar para supri-la, logo, também não consegue calcular quanto precisa investir.
Fora isso, há sempre a corrupção, superfaturamentos, contratos suspeitos e tutti quanti podemos imaginar. A ineficiência comprovada pelos atrasos nas obras, agora, fica ainda mais escancarada.
O estádio do Gonçalense F.C., clube comprado pelo empresário Joacir Thomaz, dono da Macroaction Construtora, terá aproximadamente 43 mil lugares e será entregue completo em 2017, segundo o projeto. A construção ocorrerá em três etapas, a primeira que entregará o estádio (que será batizado de Catarinão) com capacidade para 5 mil pessoas (previsão de entrega para junho deste ano), a segunda que ampliará para 20 mil e a terceira que ampliará para 43 mil e onde serão construídos os vestiários de última geração e implantados os traços tecnológicos mais modernos.
Não haverá um centavo sequer de dinheiro “público” nessa obra, segundo Joacir. A área é de 200.000m² e o campo terá medidas FIFA (105 x 68m), além de ginásio poliesportivo e campos de gramado sintético. Tudo com dinheiro da iniciativa privada.
Não basta ser exposto como incompetente, corrupto e ineficiente, o Estado precisa sempre ser humilhado para (quem sabe) com o choque os cidadãos começarem a prestar mais atenção em como seu dinheiro (extorquido) é gasto sem o menor pudor, racionalismo e coerência.
Acho que o sr. libertário, tão crente, tadinho, nos poderes do “empresariado” (ou seria melhor dizer “PODREres”?), está um tanto empolgado demais com o sr. Joacir Thomaz e sua Macroaction Construtora. Parece que o sujeito não é assim tão independente do estado quanto supõe a vã filosofia do ingênuo libertário, sendo mesmo chegadito a uma, como direi?, ajudinha a políticos amigos. Vejam a notícia abaixo. Como eu disse antes, projeto não é sinônimo de realidade.
http://territoriogoncalenseeleicoes2012.blogspot.com.br/2012/09/nome-da-empresa-que-invadiu-area-do.html
É, no papel é muito lindo. Mas o papel aceita tudo, não é mesmo? V. já está tirando conclusões definitivas apenas com base em um projeto. Eis aí mais um crente nos poderes do “empresariado”. Ademais, esse negócio de time de futebol comprado por “empresário” é sempre algo suspeito. Na Europa, existem várias denúncias de times comprados por “empresários”, que são verdadeiras lavanderias de dinheiro. Eu, como conservador, nutro profunda desconfiança em relação às ações dos governos. Mas também estou longe dessa crença pueril nos poderes do “empresariado”, que parece habitar as cabecinhas dos libertários. Projeto é uma coisa, meu filho, a realidade é outra. Vamos ver se esta estrovenga será mesmo o que está sendo prometido.
O projeto já saiu do papel, entregaram a primeira parte com 2 meses de antecedência e estão já na segunda, com previsão de entrega para 2015. Certo, há denúncias na Europa sobre empresários que compraram times, nenhuma fraude comprovada, enquanto isso, nos Estádios da Copa… Só não enxerga quem não quer.
Já ouviu falar, por alto, em uma tal Arena Palestra? São R$300 milhões, o projeto está na finalização e nem um centavo do Governo. Claro, será muito melhor do que o do Gonçalense, por isso o custo maior, mas mesmo assim, o investimento foi muito menor que a Arena Pantanal, que é de padrão inferior.
Vemos um Estádio com custo aproximadamente 5 vezes menor, saindo do papel, sem recursos públicos e com obras adiantadas, sendo que a previsão de entrega já era em “curto prazo” (3 anos), enquanto os da Copa demoraram 7 anos.
Não obstante, lembra da Copa da Alemanha? Que tal pesquisar para descobrir que os Estádios que precisaram de reformas foram financiados pela iniciativa privada? Que tal observar Korea-Japão em 2002 e França 1998 (que tiveram investimento público, mas através de concessões e incentivos fiscais).
Não é “crença pueril”, mas realidade. Ou vai me dizer que algo que o Estado faz a iniciativa privada não consegue fazer melhor e com custo inferior?
Como eu disse lá no seu blog sobre este mesmo post. Você está cantando vitória antes do tempo. Quando (e se) houver bons resultados do empreendimento, aí você posta o tópico.
Antes é pura presunção e arrogância.