Imprensa tendenciosa
JOÃO NEMO*
A Ministra Rosa Weber até demorou um pouquinho, mas tomou a decisão óbvia, ou seja, concedeu a liminar que garante à CPI da Petrobrás que ela seja o que os seus proponentes, afinal, propuseram que fosse: uma CPI para apurar irregularidades na Petrobrás.
A nossa imprensa, como sempre, deu a sua contribuição para uma visão apequenada das coisas: noticiou, o tempo todo, que a Ministra havia decidido a favor da oposição. É uma maneira de ver.
Na verdade, a Ministra decidiu a favor do instituto da Comissão Parlamentar de Inquérito e, justiça seja feita, a favor da sua biografia. Permitir que a “maioria” diluísse o objeto da CPI proposta no meio de diversas outras coisas seria matar a Comissão no ventre. Diga-se com realismo que, por diversas outras manobras, ela ainda está sujeita a um provável destino inglório.
Seria pedir demais que as redações enxergassem, para além das mesquinharias políticas, a necessidade de um mínimo de respeito pelos institutos constitucionais? Ou isso é tomar partido pela oposição?
* SOCIÓLOGO E CONSULTOR DE EMPRESAS EM DESENVOLVIMENTO GERENCIAL
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imagem: wikipédia