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Ideologia, eu quero uma pra viver

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Cazuza

Por muitas gerações no Brasil, pediram-se aos “gritos” dos jovens de épocas mudanças na estrutura política brasileira. Os movimentos estudantis sempre foram os “auges das vozes” do povo brasileiro. Uma nova geração de protestos (e uma geração totalmente diferente) surge depois da onda dos protestos antiditadura militar (grupos considerados “democráticos”) e greves dos siderúrgicos que até então detinham as atenções em meados dos anos passados, eis que surge a geração “politicamente correta” a partir dos anos 80. O movimento estudantil que se forma em caras pintadas que em momento pediram o impeachment do presidente do Brasil na época, em minha opinião, foi o último dos movimentos estudantis de fato com algum motivo “concreto” em existir.

Mas o que mudou depois da geração “caras pintadas”? (Motivo concreto em existir porque as pessoas envolvidas sabiam o porquê estar ali, não fazendo juízo de valor se foi uma causa justa ou não).

Vou usar aqui como jogo de ideias uma música que me inspira a escrever sobre: “Ideologia”, do já falecido cantor Cazuza. Não entrando em fatores pessoais do cantor, mas se detendo a letra da música, jogando-a com minha interpretação.

 

“Meu partido

É um coração partido

E as ilusões

Estão todas perdidas

Os meus sonhos

Foram todos vendidos

Tão barato que eu nem acredito

Ah! Eu nem acredito…”

 

Eis que um dia um amigo chegou para mim e falou que eu vivia buscando uma ideologia pra viver. Devido aos meus anseios por mudanças nas estruturas de governo. Na hora me lembrei dessa música, e também me lembrei do período em que eu vivia. Este que era uma breve e curiosa participação em um partido político influente, por curiosidade de saber como funcionavam as coisas na política. O que pra mim foi uma decepção, na hora, lembrei-me do trecho: “Meu partido é um coração partido”; Quando a gente participa de fato de alguma coisa só então a podemos criticar com certeza se funciona ou não, acredito que foi uma das minhas maiores decepções quando estudante e adolescente. Pessoas se vendendo por cargos, vendendo seus votos por interesses ou migalhas de trocados.

 

“Os meus sonhos

Foram todos vendidos

Tão barato que eu nem acredito

Ah! Eu nem acredito..”

 

Às vezes encontramos pessoas com as quais falamos de eleições e ficam indignadas com tudo, chamam tudo de uma grande “armação”. São pessoas de todas as idades. Quando fiz uma pesquisa de campo pra saber quem apoia a criação de um novo partido e o que elas esperam de diferente, recebi xingamentos somente pelo fato de eu estar perguntando algo que as pessoas já julgam uma “armadilha” de algum político mal intencionado. Será que o sonho de todas as pessoas morreu? Perguntei a idosos (que pareciam os mais desacreditados), a meia idade (que ainda acreditam em uma mudança muito adiante), e os jovens de 15-30 anos (cuja grande maioria fica sem resposta).

 

“..Aquele garoto

Que ia mudar o mundo

Mudar o mundo..”

 

Hoje em dia se perguntarmos aos jovens manifestantes nas ruas os motivos para tal ato, a resposta pode variar de “Quê maneiro estar aqui”, “Tô lutando por educação, vou quebrar tudo”… Qual a diferença e a mudança dos manifestantes de 1988 aos de 2013? Começando pelo fato de que muitos jovens faltaram às aulas na faculdade pra ir a um protesto pedindo algo que nem sabiam ao certo o que era e que estamos em uma época que fotos com mais curtidas no Facebook são motivos pra promoção e motivo de luta.

Young_MisesAntes de me tornar liberal e estudar sobre o liberalismo, eu não tinha essa visão de que se eu buscar algo é preciso pensar sobre quais ações são necessárias para obter o resultado almejado. Ai eu entro em questões que envolvem o movimento estudantil dentro das universidades e escolas hoje, onde a gente sofre de uma lavagem cerebral tão grande de que o socialismo e bloco de lutas em nome do Che vão mudar a nossa política. Que a gente estando descontente com tudo (e o tudo nessa hora significa nada), deve sair gritando aí com o rosto escondido e falando mal da mãe dos outros.

Eu sabia que mudanças e ideias poderiam de fato sim, mudar muitas coisas. Mas eu não sabia o que eu queria ou como iria defender isso no lugar que eu vivia. Ai eis que um dia eu fui estudar, pesquisei livros e cheguei a um livro chamado [1] “THE ESSENTIAL VON MISES – Instituto Ludwig von Mises Brasil”. Lembro-me que foi um choque de realidade! Depois passei a pesquisar leituras sobre o Liberalismo e quase falei “Eureka” é isso que eu acredito! É essa a minha ideologia!

Se eu tivesse escrito a música, esta parte seria assim:

 

“Meus heróis

Morreram defendendo o liberalismo

Meus inimigos

“Ainda estão no poder…”

Depois de descobrir Mises, descobri Hayek, Hans Hermann Hoppe, Murray N. Rothbard, Ayn Rand e tantos outros. É essa a diferença de um jovem que quer mudar o mundo sem saber como, onde, e o porquê está nessa experiência que eu vivi. De tu achares que sabe algo sem estudar nada e de tu estudares pra saber o que realmente quer e se descobrir e abrir a mente para o conhecimento.

A minha juventude, anos 90, tem um grande problema. Quantos de nós queremos ou sabemos algo sobre política, ou sobre economia? Quantos de nós nos importamos com a relevância das ideologias que estão dentro das faculdades e escolas, formando cabeças reprodutoras de conteúdos e informações?

“Pois aquele garoto

Que ia mudar o mundo

Mudar o mundo

Agora assiste a tudo

Em cima do muro

Em cima do muro!”

 

Eu já fiquei, por muito tempo, em cima do muro. Acredito que a minha geração, se ficar em cima do muro, uma hora cairá para o pior lado, caso não escolha lutar para o nosso país ser livre, com liberdades de escolhas, com uma economia livre. Livre de mentiras, livre de um governo socialista que rouba de muitos o sonho de termos a mudança necessária para progredirmos em todos os cantos do Brasil.

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Débora Góis

Débora Góis

Acadêmica de Economia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), articulista e membro fundadora do Clube Farroupilha (RS), membro do Conselho Executivo da Rede Estudantes Pela Liberdade (EPL) e membro fundadora do Grupo Misetes (RS).

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