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Universidades: o identitarismo e os judeus

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Quero contar uma história pessoal. O momento é “momentoso” – como dizia um grande mestre -, muito oportuno. Sou judeu, e também acadêmico.

Inquestionavelmente, as universidades, públicas e privadas mergulharam num mar lamacento de formação de militantes, focando em ativismos, em políticas identitárias, e questionando o mundo “como ele é”, buscando liquidar com os seus vilões opressores.

A meu juízo, faz muito tempo que as universidades perderam o seu legítimo rumo: o de serem instituições plurais, expondo a “totalidade” das visões de mundo e de conhecimentos, a fim de que os próprios estudantes pudessem escolher, criticamente, por eles próprios, os seus caminhos e os seus destinos. O objetivo central deveria ser a formação de indivíduos pensantes, íntegros, com excelência profissional em suas respectivas áreas do conhecimento.

Ao contrário do centro na disfarçada luta contra a opressão, factualmente, a doutrinação ideológica coletivista, o alvo deveria ser a expansão das fronteiras do conhecimento nas amplas e diversas áreas de ensino. Atualmente, elas estão tomadas por doutrinadores de raiz marxista, que, por meio da exaustiva doutrinação em políticas identitárias, ideológicas, enxerga o homem branco e hétero como sendo um genuíno opressor.

Verdadeiramente, todos – ou quase todos, há os “progressistas” – são seres considerados racistas. Como judeu, sempre fomos utilizados como bodes expiatórios e, assim, faço parte de uma elite que conspira para dominar o mundo. Temos o estereótipo de “poderosos”, compomos um grupo privilegiado. Em especial para os mais jovens, judeu se constitui em um sinônimo de opressor.

Desse modo, as universidades e grande parte dos militantes universitários sentiram-se autorizados a apoiar, abertamente, o massacre de civis israelenses pelo grupo terrorista Hamas. Além disso, passaram a abraçar e a ovacionar o nefasto antissemitismo. Claro, o Hamas passou a ser interpretado como sendo formado por “combatentes oprimidos”. Escárnio.

Durante 25 anos, fui professor de uma grande universidade jesuíta. Eu a conheço bem. Evidente que sofri na pele a discriminação, tanto aquela velada, como também, por vezes, a escancarada. Aparenta que hoje não há mais constrangimento. Um misto de racismo e de ignorância.

Cursei meu Mestrado e Doutorado em Administração na Universidade Federal. Talvez, pela época, tenha tido mais sorte. Interagi e aprendi com grandes e verdadeiros mestres, a maioria; porém, claramente, deparei-me também com alguns desses “guerreiros sociais”. Esse grupo não tinha como foco a formação de profissionais competentes. O intento era doutrinar, buscando “fazer cabeças”, a fim de alcançar um mundo melhor, “progressista”, coletivista.

Admiro muito uma de minhas professoras de Antropologia: embora declaradamente progressista, deixava sua ideologia do lado de fora da sala de aula, como deve ser. Contudo, o “progressismo universitário” se agigantou. Neste momento, é manifesto que as máscaras caíram, ficando transparente que esse “mundo melhor” significa eliminar o Estado de Israel do mapa e, objetivamente, sem uma minoria – vejam bem, um grupo minoritário – um mundo sem judeus.

Anteriormente de maneira escamoteada, agora de forma explícita, professores e seus militantes “progressistas”, ferrenhos apologistas do anti-racismo e da anti-opressão, saem às ruas pedindo o genocídio de judeus. Surreal. Nunca se viu tamanho antissemitismo desde o período nazista.

Ao menos “as coisas” ficaram muito mais claras para mim. Sou um homem, branco, hétero, judeu e, ainda por cima, embora alguns equivocadamente me qualifiquem de “bolsonarista”, sou mesmo um liberal. Não sendo do rebanho, sendo coerente com aquilo que penso, sempre é mais complicado; mas vale a pena. Tenho reiterado que, enquanto não houver a transformação desse sombrio “status quo” de uma liderança educacional “progressista”, que prioriza o identitarismo, as questões de gênero e diversidade, e o ativismo “anti-opressão”, não se conseguirá avançar em nível de progresso moral, social, cultural e econômico. A chance maior é, de fato, de perigosos retrocessos.

Algo muito sério e urgente necessita ser feito para que, pelo menos, imponha-se uma espécie de equilíbrio de forças. Tão ou mais importante, similarmente, é reestabelecer, dentro do esteio formador universitário, o protagonismo dos valores civilizacionais judaico-cristãos, do certo e do errado, do bem e do mal… O destruidor relativismo é um dos responsáveis por tais anomalias, tal qual a permissão para que terroristas assassinos matem sadicamente, queimem e estuprem civis, pelo simples fato de serem judeus.

A verdade objetiva, da genuína luta contra o racismo, deve imperar. A batalha contra a discriminação, contra o antissemitismo, necessita ser um combate de todos. Para o bem da humanidade. Para isso, é essencial que a Universidade volte a ser a “totalidade”.

Faz-se fundamental romper a placa de Petri das ideologias esquerdistas dentro das universidades, a do radicalismo coletivista devastador.

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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