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Lampião foi herói ou vilão?

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Eu não entendo a esquerda brasileira ressaltar sua paixão por Lampião como se isso fosse uma espécie se novidade.
Lampião e sua gangue sempre foram objetos de “culto” entre a esquerda que se diz amante do nordeste. Ora, a cultura nordestina sempre os tratou por heróis, mesmo que fossem bandidos, devido a um complexo contexto histórico-cultural.
Lampião não foi o primeiro cangaceiro, mas sim o mais famoso deles. Não à toa seu apelido foi “Rei do cangaço”.
O cangaço ganhou notoriedade e tamanho em decorrência de dois fenômenos. O primeiro foi a constante seca que assolou o nordeste no fim do século XIX e resultou em decadência de renda dos sertanejos nordestinos. O segundo foi o coronelismo, que protegia os cangaceiros, pois os considerava valiosos mercenários para as tarefas sujas, como disputas de terra.

Com a proteção dos coronéis locais e uma fonte de renda fácil, o cangaço cresceu e se tornou a marca do nordeste durante o período da República Velha. Com isso, veio a independência de ação.

Uma vez atingindo a riqueza por meio do banditismo, o cangaço para de responder a coronéis e atuar em causa própria, atacando aqueles que outrora trabalhavam a favor, e aí começa a problematização do cangaço por parte do poder público e da visão heroica da população mais carente, por atacar os coronéis locais.

Nesse contexto, surge Lampião, uma vez que, diferente de outros cangaceiros, Lampião fica famoso por suas ações caridosas, embora fosse, de fato, um assassino violento.

A atuação de Lampião hoje pode ser comparada totalmente com a de traficantes e milicianos que comandam áreas de zonas urbanas, com a mera diferença de que o nomadismo era uma característica comum ao cangaço.

Ironicamente, o fim do cangaço viria pela mão de ferro de outro herói dos progressistas, o ditador Getúlio Vargas, que os classificou como um grupo extremista.

A icônica cena do bando de Lampião decapitado, caso fosse realizada pela ditadura militar, seria exposta como prova do horror ditatorial e estamparia livros didáticos aos montes, além de ser usada em comissões da verdade diversas sobre o período.

Mas, como veio pela obra do amado “Gegê”, tornou-se troféu da vitória do Estado Novo contra o banditismo e a defesa da “ordem nacional”.

Nada disso exclui a violência que o cangaço aplicou durante quase meio século na história do Brasil e nem justifica que hoje pessoas informadas pratiquem o culto à bandidagem do passado como se eles fossem uma espécie de heróis.

Não se trata de nenhuma novidade o culto à imagem de Lampião como tal, afinal, entre as esquerdas, isso sempre se deu pela visão romântica de um suposto “herói revolucionário”.

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