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Como Getúlio Vargas prejudicou o futebol feminino?

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A discussão sobre a qualidade ofertada pelo futebol feminino no Brasil já é antiga.

Muitos apelam a uma discussão fisiológica sobre mulheres, mas isso não explica a disparidade, uma vez que o vôlei feminino equipara na produção de talentos com o masculino e o Brasil é uma potência no esporte em ambos os sexos. A razão está no incentivo.

O futebol não é um esporte novo, assim como o vôlei também não o é. O futebol é praticado em versões primitivas há séculos, porém suas regras modernas passaram a ser editadas a partir de 1863, enquanto o vôlei tem data de nascimento completa, sendo 9 de fevereiro de 1895 a realização pela primeira vez do esporte.

O futebol aportou um ano antes da criação do vôlei com a meta de ser um jogo organizado nas mãos de Charles Miller, enquanto o vôlei seria uma herança americana da Segunda Guerra Mundial, jogado na praia, para depois popularizar essa versão a partir da década de 1980.

O futebol, por outro lado, virou uma verdadeira febre, inaugurando clubes pelos quatro cantos do Brasil conforme o tempo passava.

Não demoraria para que mulheres partissem para ambos os esportes como praticantes. Mas enquanto vôlei foi incentivado como esporte para ambos os sexos, o futebol teve sua trajetória interrompida do lado feminino.

Em 1941, Getúlio Vargas editou o decreto que baniria o futebol feminino da legalidade por 42 anos, sendo retomado somente em 1983 por meio do então ditador militar João Batista Figueiredo.

Neste interregno do banimento, a gigantesca diferença entre ambos os esportes seria sentida. Pois nos anos 40, as táticas de futebol ainda estavam estagnadas.

No período que o futebol feminino esteve banido, o Brasil ganhou três Copas do Mundo, foi vice em uma, os clubes cresceram em orçamento e torcida, o futebol deixou de ser regional e virou federal, o campeonato brasileiro virou uma febre e uma meta para todos os clubes, além de se tornar uma safra quase infinita de craques que fizeram a história de gerações de brasileiros.

No Brasil, o futebol masculino está há quase 125 anos ininterruptos constantemente evoluindo, o feminino por outro lado, com 42 anos de banimento, completa 40 anos desde o seu ressurgimento.

Para comparar, com 40 anos de futebol no Brasil pelo lado masculino, uma grande parte dos grandes clubes do futebol, que inclusive ganharam títulos recentemente, sequer existiam e alguns estavam começando a engatinhar, pelo anos de 1925. O São Paulo, tricampeão da Libertadores e do Mundial, só seria fundado em 1931, por exemplo. É muito pouco tempo.

E tudo isso por conta de um decreto de índole moralista pregada pela ditadura estadonovista com sua ideologia antiliberal de definir a “função social do cidadão”.

Hoje o futebol feminino tem nível menor, de fato, mas como resultado de uma medida proibitiva e incoerente.

O vôlei, este nunca banido, graças a uma revolução nas regras a partir dos anos 90, abriu as portas para que o Brasil, com seu time masculino e feminino, conquistasse a hegemonia da seleção brasileira e dos clubes nacionais no esporte com talento de alta qualidade.

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