Capitalismo e política na história americana
Política não acontece na sua cabeça. Política é o que você tem na sua cabeça levado para a realidade do convívio social.
Para fazer valerem suas ideias no contexto social, você precisa de argumentos sólidos irrefutáveis para convencer os outros ou de uma força bélica imbatível para submeter os adversários a elas.
O capitalismo na América aconteceu em duas etapas. Primeiro, os pais fundadores foram convencidos pelas ideias de John Locke, que nem estava mais vivo. Segundo, pela força do estado, que, necessário, foi criado para defender a todos contra as violações dos direitos individuais – no caso: direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade, conforme se lê na Declaração de Independência de 1776.
O estado americano não surgiu para combater forasteiros apenas, como os ingleses, que taxavam os colonos sem que estes tivessem representação no parlamento, em Londres. Ele nasceu para proteger a vida, a liberdade e a propriedade, privada e individual, através de leis e da força, em retaliação contra os bandidos que furtam, roubam, sequestram, chantageiam, extorquem, agridem, estupram, escravizam e matam seus semelhantes.
Duas falhas podem ser vistas na história do capitalismo americano. A primeira foi a exclusão dos escravos negros, o que foi resolvido parcialmente com a Guerra de Secessão e depois com a imposição da Lei dos Direitos Civis de 1957 e da vigésima quarta Emenda Constitucional.
A outra falha foi ter deixado uma porta aberta para a regulação e a taxação coercitiva mantidas por votação majoritária dos congressistas, o que permitiu que, no final do século XIX, os Estados Unidos da América deixassem de ser a República Constitucional que eram para se transformarem numa sociedade de economia mista, um país socialista, fim inevitável de toda nação que abraça a democracia.