Campos Sales na história do Brasil
Campos Sales (1841-1913), quarto presidente da República brasileira, nasceu em um 15 de fevereiro. A seu respeito, consta de meu próximo livro:
“Assumindo para pacificar o sistema político depois da
República da Espada, período de governos militares que sucedem a queda da monarquia, e o turbulento governo civil de transição de Prudente de Moraes (1841-1902), Sales queria implementar medidas financeiras impopulares para sanear o quadro orçamentário brasileiro. Para tanto, a saída foi um acordo entre a presidência e as oligarquias estaduais, garantindo uma a posição das outras e vice-versa, com o apoio das oligarquias ao presidente através das representações dos estados no Parlamento. Para Campos Sales, a política e a representação ficariam em segundo plano em relação à administração e a seus propósitos técnicos. Era Campos Sales sabidamente um representante do republicanismo histórico paulista, de corte liberal oligárquico e não positivista. (…)
(Porém) resta clara a presença do espectro comtista no caldo formador do pensamento de Sales, levando-o a procurar equacionar o problema grave das contas nacionais arquitetando e consolidando um modus operandi de manipulação eleitoral e cerceamento da oposição e das minorias que, se facilitou seu trabalho administrativo, não colaborou para o desenvolvimento de um sistema representativo com representação dos interesses, tal como estabelecido por Silvestre Pinheiro Ferreira e sustentado pela monarquia.”
Já em “O Papel do Estado Segundo os Diversos Liberalismos” publiquei: “É evidente que personagens como o ex-presidente Campos Sales (…) e seu ministro da Fazenda Joaquim Murtinho (1848-1911), sob a influência do pensamento de Herbert Spencer, estavam mais preocupados com medidas de austeridade e com o valor do capitalismo do que com o sistema representativo liberal ou as garantias fundamentais de uma oposição democrática (…).”
“(…) Em meio ao militarismo dos primeiros anos, ao impacto filosófico do Positivismo de Augusto Comte e à desfiguração oligárquica do sistema político, conviviam, como acabamos de ressaltar ao analisar a disparidade entre Rui Barbosa e a dupla Campos Sales e Joaquim Murtinho, teses spencerianas e liberais sociais, bem como liberalismos monarquistas e republicanos.” (p. 365 e 374).