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A falácia da exploração predatória dos trabalhadores no Livre Mercado

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ROBERTO BARRICELLI*

LiberdadeEconômica

Quem realmente explora o trabalhador é o Estado através da tomada forçada do dinheiro pelo qual este trabalhou utilizando a carga tributária. O que interessa ao Estado é o crescimento de suas receitas e a estagnação dos trabalhadores, assim estes ficarão sempre necessitados de algo vindo do Estado.

Achar que o empresário não quer ver a ascensão do funcionário é acreditar na falácia dos sindicatos, que só interessa a exploração predatória do trabalhador, ou seja, pagar muito menos do que ele vale para desempenhar funções acima de seus limites e lucrar com tal exploração; que na verdade gera prejuízos ao empresário. Isso está errado. Se o funcionário cresce é porque obteve uma melhoria significante do próprio desempenho no trabalho e essa melhoria aumenta os lucros da empresa.

Nenhum empresário é bonzinho e justamente por isso, por visar o lucro e o crescimento da empresa, que os empresários possuem interesse no desenvolvimento e crescimento de seus funcionários. Tanto é que foi o mercado e não o Estado que criou as promoções e o plano de carreira. O Estado copiou esse modelo do setor privado, porém aplicando da pior maneira possível no funcionalismo público.

Se você é um ótimo funcionário, sua mão de obra é qualificada, mas você ganha pouco, logo, você pode pedir aumento ao seu chefe, ou na negativa deste, buscar outra oportunidade no mercado. Sendo você esse profissional qualificado e empenhado, obviamente não terá dificuldades de obter essa melhor oportunidade.

A CLT e o salário mínimo dificultam a entrada de pessoas inexperientes, ou pouco qualificada no mercado de trabalho, o que lhes proporcionaria mais experiência e qualificação, principalmente aos jovens. Para estes, inclusive, a regulamentação sobre os estágios e a criação do jovem aprendiz dificultam ainda mais a obtenção dessas vagas, pois tais regulamentações obrigam os empresário a buscarem apenas aqueles que valem o custo (a empresa precisa ter um número mínimo de funcionários CLT para poder contratar um número X de estagiários, o que aumenta o custo destes), marginalizando os demais trabalhadores e joga-os à “informalidade”, agravando problemas como a entrada dessas pessoas no mercado negro exploratório e de alto risco do tráfico de drogas.

tráfico

Também como resultado do engessamento das relações trabalhistas e obrigaram diversos empresários a explorarem mais seus funcionários (tirar o máximo pagando o mínimo possível) e vemos isso principalmente no setor de atendimento e empresas de terceirização, porém, esse mesmo setor de atendimento que segue essa lógica (os Call Centers, por exemplo) proporciona a primeira oportunidade de trabalho às diversas pessoas, principalmente jovens, possuem planos de carreira para cooptar os profissionais (pois a concorrência faz o mesmo) e oferece o salário mínimo a muitos trabalhadores inexperientes e com pouquíssima qualificação, muitos dos quais a mão de obra não valeria os R$678,00 (trabalhei nesse setor no começo da vida como trabalhador e mantenho muitos amigos que ainda estão nele).

Devido também a alta rotatividade desse setor vemos as empresas nele inseridas aumentando os salários e criando mais cargos para os planos de carreira, além de aumentarem os benefícios. Claro, algumas ainda não se adaptaram a essa realidade, porém, são prejudicadas por uma rotatividade ainda maior de funcionários, perda do investimento inicial com cooptação e treinamento, além de má fama, o que afasta novos funcionários.

Os empresários tem muito interesse em ver seus funcionários crescerem dentro de suas empresas, pois isso diminui a necessidade de investimentos com treinamento de novos funcionários, diminui a quantidade de erros administrativos e funcionais, diminui o custo para cooptação de funcionários no mercado e aumenta a satisfação dos funcionários que crescem, motivando-os a trabalhar cada vez melhor.

Os sindicatos amparados pelo Estado utilizam da generalização, ou seja, pegam como exemplo a minoria dos empresários brasileiros para demonizar todo o sistema de tentar fortalecer a falácia de que eles são indivíduos inescrupulosos e que querem lucrar através da miséria e exploração predatória dos trabalhadores.

Porém dessa minoria de empresários muitos são “parceiros” do próprio Estado e se beneficiam do sufocamento que este provoca sobre a concorrência, pois cria as reservas de mercado, garantido que o consumidor seja refém dessas “empresas amigas”, que como estão com o lucro garantido oferecem produtos e serviços inferiores a preços maiores, sabendo que o consumidor não terá alternativa, pois a diminuição do consumo não afetará sensivelmente seus lucros, não há substitutos que consigam atrapalhar e nem empresas com potencial para exploração do mesmo setor, posto que serão destruídas pelo Estado.

Um bom exemplo disso é o setor de transporte coletivo, onde as empresas de ônibus possuem o monopólio de determinadas linhas e/ou rotas determinado e protegido pelo governo, que inclusive subsidia suas atividades diretamente com o nosso dinheiro. Os táxis são bem mais caros e mesmo dividindo com mais pessoas dificilmente será mais barato e as caronas foram inibidas pelo Estado, que as criminalizou punindo os motoristas que dividirem os custos com os passageiros, considerando-os prestadores irregulares de serviço. É também muito difícil o indivíduo que depende do transporte coletivo diminuir a utilização deste a não ser que tenha um carro próprio e neste caso terá um custo maior e que enfrentar mais trânsito devido não haver pistas especiais (corredores) como para os ônibus, ou os trilhos que são para o trem/metrô.

Nessas empresas o funcionário não precisa ser valorizado, pois além de ser um mercado fechado, de fácil reposição, pouca necessidade de treinamento e baixa rotatividade, as empresas tem seus lucros garantidos pela ajuda estatal com subsídios e o já mencionado sufocamento dos concorrentes. Portanto, perder alguns funcionários nesse cenário, mesmo que sejam bons funcionários, não afetará consideravelmente as empresas do setor, que inclusive pagam acima do salário mínimo (o que já o torna desnecessário). Porém, para que haja essa valorização, o mesmo Estado que a impede de ocorrer naturalmente, legitima a ação de sindicatos interessados apenas em uma agenda política própria e aparelhados pelo partido político com maior poder.

O Estado cria o problema (a desvalorização do trabalhador e as dificuldades de crescimento profissional) e depois finge solucioná-lo com a política do salário mínimo e a ajuda dos sindicatos oportunistas e aparelhados. Sendo ele próprio um mau contratante e patrão e péssimo prestador de serviços.

Tanto o é que os brasileiros tem mais acesso a produtos e serviços privados que aos serviços mais básicos fornecidos pelo Estado, como água, esgoto e coleta de lixo. Na saúde e educação públicas, por exemplo, há mais atendidos, porém, a qualidade de ambos é indiscutivelmente inferior ao setor privado que é sufocado com regulamentações e impostos, para que a população não perceba ser ele mais barato (pois pagamos mais de impostos diretos e indiretos que pelos serviços) e melhor que o estatal.

Também ao compararmos os salários no setor público veremos as disparidades e prioridades do Estado (que não estão relacionadas ao povo) nos principais serviços (como Saúde e Educação) enquanto funcionários de setores como os Tribunais e os políticos recebem salários astronômicos; assim como na estrutura oferecida aos funcionários. O Estado diz querer proteger o trabalhador da exploração predatória, sendo que o próprio Estado é mestre nessa prática. A hipocrisia estatal não tem limites.

No Livre Mercado as empresas agem conforme a regra do próprio mercado, descrita no começo deste artigo. Ou seja, investem no crescimento de seus funcionários, pois isso ajudará no crescimento e aumento dos lucros das próprias empresas. Proporcionam mais oportunidades aqueles com pouca ou nenhuma experiência ou qualificação, através de contratos com remunerações menores, porém possibilidade de crescimento de acordo com diversos fatores como aumento da experiência, melhor qualificação, relacionamento interpessoal, produção (custo benefício produtivo: produz com qualidade e na quantidade satisfatória ou acima), liderança, desempenho, etc.

O empresário sabe que não valorizando os bons funcionários terá prejuízos, sendo que os valorizando obterá lucros maiores, logo, por causa dessa lógica “egoísta” ele acaba por beneficiar os trabalhadores, no ímpeto de beneficiar a sua própria empresa. Mas somente no Livre Mercado, onde não terá um Estado paternalista para garantir sua clientela e tão menos seus lucros.

*JORNALISTA

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