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Estão transformando “ministro do STF” em xingamento

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Repugnante, intolerável, odioso. Eis alguns dos vários adjetivos cabíveis ao que foi feito por Eunício de Oliveira e os 41 votos do Plenário do Senado nesta quarta-feira (7).

Os ministros do STF, esses distintíssimos heróis de toga, exemplos de virtude e respeito público, do alto de seus salários de mais de R$ 33 mil, estavam – que pena, quase choro! – necessitados, padecendo de horrores atrozes e miseráveis, e precisavam corrigir seu salário medíocre pela inflação (!).

Os guardiões da sacrossanta Constituição cidadã de 1988 ofereceram mais um belíssimo exemplo de cidadania. Naturalmente, até o momento, ficaram quietos, à exceção do presidente Toffoli, que se apressou a aplaudir a indecência, a louvar o indecoroso, a saudar o acinte. Uma vez mais, como de praxe no espírito desta malfadada Nova República, os fatos e os ditames das leis econômicas não têm importância. Decretamos, decidimos, aprovamos, está feito – danem-se os fatos.

Contas públicas? Crise fiscal? A perspectiva de aumentos do funcionalismo público em efeito cascata com impacto de até R$ 6 bilhões? Quem se importa com tais futilidades, não é mesmo? O país está muito bem. Deveríamos é ter piedade dos pobres ministros do STF, que precisam aumentar seus salários para R$ 39 mil, ou passarão fome – em Paris ou sabe-se lá que outra cidade europeia, para onde vão de férias ou participar de encontros e congressos regados a pedantismo, esbanjando seu “notório saber jurídico”.

Se ainda não o eram, doravante todos os ministros do STF que não se manifestam para demonstrar uma nesga de sensibilidade e respeito pelos seus compatriotas, ao menos para reconhecer o privilégio de que se investem, devem ser considerados canalhas. Todos, sem exceção.

Devemos respeitar as instituições e o império da lei? Sim, de fato devemos. Entretanto, às favas com essa retórica farsesca, quando equivocadamente empregada para nos ensejar o “respeito” a quem não honra a toga que traja. Hoje, lamentavelmente, e ainda não foi criminalizada a verbalização da verdade, o STF, o “guardião da Constituição”, é um parteiro da desgraça, um convescote de sanguessugas, o espelho da ruína nacional.

Como homens públicos, os ministros do STF, dessa turma atual que amesquinha e ultraja a integridade do órgão que ocupa e a função sagrada por que deveria zelar, não merecem nenhuma estima e nenhuma consideração. Menos ainda os larápios do Senado, de um Legislativo que só demonstra a cada dia que funciona por sessões demais ao longo do ano, especialmente aqueles que, despedindo-se de seus mandatos, dirigem aceno ao Judiciário na esperança de se verem protegidos do perigoso destino que pode estar a aguardá-los.

Presidente Michel Temer, apelamos todos, os cidadãos aflitos, preocupados, receosos pelo futuro, seu gesto de responsabilidade final como autoridade maior da nação. Vete! Não se acumplicie dessa afronta.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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