Empreendedorismo se aprende na escola?
NCPA*
O Brasil – quem diria – é citado entre os países que produziram mais start-ups do que os Estados Unidos entre 2007 e 2009.
Start-up ficou como termo associado a toda empresa iniciante em busca de um novo nicho no mercado e em permanente inovação para se consolidar. É termo consagrado no meio das empresas que operam a internet, como Google, Yahoo, Ebay, todas hoje muito ricas, obrigada! Mas pode ser aplicado a empresas de outros setores. Muitas conseguiram enorme sucesso, ainda que mantendo um porte pequeno e restrito número de funcionários.
William Damon, especialista da Hoover Institution, lamenta que os EUA tenham perdido o fôlego numa atitude que sempre foi sua característica e que levou o país ao grau de riqueza de que desfruta hoje: a do empreendedorismo. [N.E.]
O empreendedorismo é fundamental para o sucesso norte-americano, mas apenas uma pequena parcela da população dos EUA está realmente em busca de oportunidades de risco.
- Entre 2007 e 2009, Suécia, Israel, Romênia, Espanha, México, Itália, Estônia, Finlândia, Nova Zelândia, Áustria e Brasil tiveram melhores índices de novas empresas start-up do que os Estados Unidos, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
- Segundo estimativas do Monitor Econômico Mundial [GEM, na sigla em inglês] apenas 11 por cento da população dos EUA estão envolvidos em oportunidades de risco.
- O número de empregos em start-ups nos Estados Unidos foi de apenas 2 por cento do total de empregos em 2008 , abaixo dos 3 por cento em 2005, segundo a Fundação Kauffman.
Não há escassez de informações dos comentaristas para se saber que tipo de qualidades são essenciais para o sucesso empresarial.
- Assumir riscos está, sem dúvida, no topo de muitas listas, assim como ter disciplina , perseverança e criatividade.
- Não há nenhuma evidência de que existem genes empresariais; qualquer um pode demonstrar estas qualidades.
Sendo assim, será que as características necessárias para o êxito empresarial podem ser ensinadas e cultivadas nas escolas?
Essa pergunta é difícil de responder porque muito poucas escolas estão olhando para a questão e ensinando as habilidades associadas. Houve algumas tentativas de se darem aulas de empreendedorismo no ensino superior, mas essas aulas, em geral, concentravam-se mais na teoria, não em cultivar as habilidades necessárias para empreendimentos de sucesso.
Damon propõe que as escolas – sejam de ensino médio ou de terceiro grau – empenhem-se em promover as habilidades e hábitos que estão associados com o empreendedorismo, e que proporcionem aos alunos oportunidades de experiência real, prática que desenvolvam essas habilidades.
* NATIONAL CENTER FOR POLICY ANALYSIS
Artigo na íntegra: William Damon, “A Nation of Entrepreneurs?” Hoover Institution, March 25, 2014.
Tradução/adaptação LIGIA FILGUEIRAS
Fonte da imagem: Wikipedia – Centro Empresarial Alberto Santos Dumont