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Vendas: a capacidade da escuta ativa e do ouvir o silêncio

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Penso que seria muito saudável e produtivo se todo ser humano almejasse e trabalhasse para progredir. Uma atitude e cultura de responsabilidade individual serviria como uma alavanca para desafiar o sistema cerebral de cada pessoa.

Acredito que o desenvolvimento individual é de responsabilidade de cada pessoa, a fim de que ela tenha condições de conquistar a capacidade de ser livre e autônoma. Similarmente, empresas, para prosperarem em mercados cada vez mais competitivos, necessitam aguçar os cérebros de seus funcionários, com o objetivo de inovar em processos, produtos e serviços, a fim de que possam fidelizar seus clientes atuais e prospectarem novos clientes para, ao cabo, transformarem potenciais clientes em clientes habituais.

No que diz respeito à prospecção de clientes, tenho treinado equipes comerciais e buscado melhorar a capacidade persuasiva do discurso de vendas por meio do script comercial, entre outras ferramentas. É interessante notar que, na elaboração do roteiro de vendas – espécie de guia orientador das etapas e dos pontos-chave da abordagem aos clientes potenciais -, os vendedores, frequentemente, desejam realizar uma abordagem inicial ampla, enriquecida, contendo a história da organização, seus produtos e serviços (diferenciados) e a inclusão de alguns gatilhos mentais.

A lógica intuitiva é de que a mensagem inicial deve ser convincente e persuasiva, atraindo a atenção e o interesse desse cliente potencial. Aparenta que a intuição relacionada ao “mostrar e dar muito” de cara ao cliente, verdadeiramente, tem o poder de exercer uma força centrífuga em relação ao interesse do cliente. Nosso cérebro sempre procura economizar energia e maximizar resultados; excesso de informação pode sinalizar perigo.

Talvez o segredo do sucesso na prospecção esteja exatamente em criar um certo nível de segredo. Claro que é importante mencionar algumas fatias do bolo das soluções de uma empresa para atender às necessidades de um cliente potencial, mas não o bolo inteiro.

Aqui, menos é mais. Procure ser assertivo, mencionando algum ponto relacionado ao gatilho da autoridade, como especialista naquilo que faz, a fim de chamar a atenção, despertando o interesse do “prospect” pela abordagem inicial e buscando estabelecer algum tipo de conexão, visando a dar continuidade na abordagem.
Vale enfatizar que, na realidade, o vendedor ainda desconhece os reais problemas, dificuldades e necessidades desse potencial cliente.

Com uma abordagem inicial de qualidade, enxuta e certeira, o cliente potencial abrirá as portas e os seus ouvidos para que o vendedor possa introduzir uma correta e simples pergunta de situação, buscando ouvir atentamente e compreender o contexto atual do “prospect” em relação aos produtos e serviços vinculados à oferta do vendedor.

Embasadas na metodologia SPIN, as perguntas são mais importantes que as respostas, na direção de que o cliente potencial discorra sobre o que compra, de quem compra, o nível de serviços, entre outros aspectos.
Após, é fundamental introduzir a pergunta sobre o principal problema do “prospect”. Deixe ele falar livremente e escute com interesse.

A arte do vendedor está em justamente ser capaz de “ouvir o silêncio”, ou seja, de captar os desejos e as aspirações que o “prospect” possui, entretanto, não verbaliza. Por meio de perguntas – certas -, descubra necessidades que o próprio cliente, muitas vezes, desconhece, implicando-o através do questionamento das consequências que o mesmo sofrerá, caso não resolva suas necessidades.

Ouvindo, de fato, o cliente potencial mencionar suas aspirações, desejos e necessidades, tornar-se-á uma tarefa mais singela apresentar os benefícios da oferta competitiva do fornecedor, aqueles que resolvem exatamente o problema descrito pelo potencial cliente.

É mister destacar que o protagonista da cena da abordagem é o cliente potencial, portanto, é necessário lhe dar espaço e lhe reservar a importância que ele merece. Lembre-se: numa abordagem inicial, o objetivo central é envolver o cliente potencial para que ele agende uma reunião/visita, e/ou ceda espaço para, objetivamente, falar e ser ouvido e, eventualmente, solicitar um orçamento (depende do mercado/negócio/produto).

Expondo seus efetivos problemas, dificuldades e necessidades, é possível compreender e propor a solução sob medida para o potencial cliente, ofertando-lhe valor, benefícios e vantagens para fechar uma venda e planejando estabelecer e desenvolver um relacionamento comercial de longo prazo.

Acredito que o caminho/mistério da abordagem inicial seja conquistar a atenção, o interesse, criando conexões, e envolvendo, de fato, o potencial cliente. A verdadeira solução para o potencial cliente só pode ser descoberta por meio da formulação de perguntas certeiras e, principalmente, deixando o “prospect” – dê relevância a ele – falar sobre seus desejos, necessidades e dificuldades, essas que talvez nem ele saiba que as têm.

Pratique factualmente uma escuta ativa, visando a “ouvir o silêncio”. Dessa maneira, a probabilidade de o “match” acontecer é enormemente potencializada. E vale a pena!

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Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

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