fbpx

Transformação organizacional, envolvendo a todos

Print Friendly, PDF & Email

A mudança é a única coisa constante, em qualquer tempo e lugar. Nesse “novo mundo do instantâneo”, porém, há duas coisas em nível de transformação organizacional, que aparentam não se alterarem.

Primeiramente, é fundamental esclarecer que como seres humanos, temos uma enorme aversão à perda. Desse modo, nosso sistema cerebral age intensamente para tentar evitar esse sentimento “negativo” de perda. O cérebro se acostumou à “rotina” e, assim, quer se desviar da incerteza e do medo do desconhecido.

Quase todo mundo sabe – e sente – que o nosso ego é o nosso pior inimigo. Nossa avaliação do que somos e do que fazemos, normalmente, contém altas doses de superestimação, além de desejarmos ter o controle a qualquer custo de todas as variáveis envolvidas em uma determinada situação.

Evidente que sabemos, é do bicho-homem: muitos creem que entendem de tudo, mas, genuinamente, não sabem de quase nada. Mudar exige grande esforço pessoal, uma intenção e disciplina para conviver com a incerteza e o risco. Difícil.

É chover no molhado afirmar que os mercados são cada vez mais turbulentos. Há novos hábitos de comportamento, compra e consumo, novos tipos de concorrentes e uma miríade de novas tecnologias disponíveis. Similarmente ao nosso cérebro, que necessita de novidades para ser desafiado e avançar, as empresas precisam, sistematicamente, inovar a fim de criarem diferenciais competitivos e entregarem benefícios superiores aos clientes-consumidores. Elas precisam criar valor distintivo – percebido – para os clientes e para si próprias. Assim é a vida.

Em um processo de transformação organizacional, uma das etapas mais cruciais é, sem dúvida, a inicial de sensibilização e convencimento. Compulsório reunir todo o pessoal e informar a necessidade de mudança, enfatizando os benefícios dela para a sobrevivência da organização, da imperiosidade do crescimento lucrativo sustentável e da prosperidade dos funcionários.

A fim de trazer todos a bordo, o ponto-chave para reduzir o medo do desconhecido está em realçar os benefícios para a empresa e seus funcionários, para além da indiscutível necessidade de mudar. Qualquer sujeito com alguma experiência gerencial sabe que sempre existirão pessoas que resistirão à mudança, inclusive, podendo esses “opositores” se transformarem em grandes obstáculos, via “contaminação negativa”, para a implementação dos necessários e novos processos rumo à transformação organizacional.

Humano, natural, que alguns não queiram deixar conhecidas zonas de conforto; a incerteza traz, claro, desconforto. Estes têm preocupações em relação à sua posição atual, futura e, certamente, referentes às suas capacidades e habilidades para fazer frente aos novos processos e desafios.

A resistência é uma constante, trivial. Muitas vezes, deparo-me com executivos atuando com muito temor de como determinados funcionários enxergarão e se comportarão frente à transformação. A resignação a tais comportamentos, a meu juízo, é uma das piores atitudes que se pode adotar. Penso que a exposição de todo o contexto envolvido e suas circunstâncias, de forma franca e honesta, a esses resistentes, sempre é a melhor ação a ser tomada.

Talvez se tenha que “maneirar” na forma de dizer, mas falar a verdade deve auxiliar a desobstruir a resistência ao movimento para a frente. A grande sacada para a virada de chave é envolver, de fato, todos na mudança. Eles se sentirão parte do negócio, incluídos e comprometidos, aumentando a moral e a segurança de todos funcionários.

Tenho atuado muito com vendas. Uma iniciativa que tem produzido bons resultados é solicitar aos vendedores, aqueles que estão na linha de frente, vivendo – e percebendo – as necessidades e desejos dos clientes, inclusive “ouvindo o silêncio” e enxergando a dinâmica competitiva, para captarem e trazerem insights estratégicos do mercado.

Como líder, atue possibilitando ampla liberdade e voz para que eles participem efetivamente da transformação organizacional. Crie um plano e processo de geração de ideias do pessoal comercial, incentive-os a participar ativamente, e demonstre que a empresa, factualmente, está interessada e comprometida com a implementação de boas ideias, de ideias produtivas e inovadoras que agregam valor para o negócio e para os próprios funcionários.

Reconheça o bom trabalho e o premie com recompensas. Renuncie ao medo. Transforme seus funcionários nos donos, criadores e agentes da transformação necessária. Informe os avanços, comunique abertamente, informe, comunique sempre. Desse jeitão, penso que a onda transformadora embalará a todos, e eles sentirão que abraçar a mudança positiva é o melhor caminho – para todos. Vale a pena, para a empresa e para os funcionários!

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

Alex Pipkin

Alex Pipkin

Doutor em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS. Mestre em Administração - Marketing pelo PPGA/UFRGS Pós-graduado em Comércio Internacional pela FGV/RJ; em Marketing pela ESPM/SP; e em Gestão Empresarial pela PUC/RS. Bacharel em Comércio Exterior e Adm. de Empresas pela Unisinos/RS. Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul. Foi Diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS. Foi Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.

Pular para o conteúdo