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Se tem algo que nossa indústria não necessita, é de mais proteção

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Locais isolados do resto do mundo, seja por motivos geográficos, como os ilhéus do Pacífico Sul, seja por decisões políticas, como o Japão entre os séculos XVII e XIX, tendem a ficar para trás no desenvolvimento econômico. Antes de os portugueses chegarem ao Brasil, os nativos de nossa terra ainda estavam na Idade da Pedra. Quando o Comodoro Perry invadiu a Baía de Tóquio, os japoneses perceberam como estavam atrasados frente ao resto do mundo e resolveram “correr atrás do prejuízo”.

O Brasil economicamente falando é um país isolado. Segundo Carlos Goés (2018), o Brasil é a segunda economia mais fechada do mundo, ficando atrás somente do Sudão do Sul. Isso atrapalha (e muito) a inserção do Brasil nas chamadas “Cadeias Globais de Geração de Valor”.

Afinal, o que é isso? De acordo com a FGV, elas são “definidas como o conjunto de atividades necessárias a produção e entrega do produto ao consumidor final”. É o combinado de etapas para a fabricação de determinado bem que é executado por uma ou mais empresas.

Exemplo: o minério-de-ferro é produzido na África, transformado em aço na China e exportado para a Alemanha para a produção de automóveis. Este fenômeno surge por dois motivos: (a) drástica redução nas últimas três décadas dos custos de comércio e (b) aumento dos investimentos em liberalização comercial no mesmo período.

Como o Brasil é uma economia extremamente fechada, o ponto “B” do parágrafo anterior não ocorre aqui, impedindo nossa inserção nesta cadeia global. Estamos isolados do resto do mundo, assim como os habitantes das Ilhas Canárias que, descobertos pelos espanhóis no século XV, nem sequer conheciam o metal.

Durante as eleições de 2018, Ciro Gomes prometeu proteger setores da indústria brasileira de concorrência externa. Isso é como prometer fazer a água mais molhada – se tem algo que nossa indústria não necessita, é de mais proteção.

O que o setor industrial brasileiro precisa é de uma reforma tributária que corrija distorções – de acordo com a Firjan, a indústria de transformação tem a maior carga tributária entre os setores da economia brasileira – e simplifique o cumprimento de suas obrigações tributárias; de uma melhora na qualidade da mão-de-obra; e de mais investimentos em infraestrutura para o escoamento da produção; entre outras medidas

O que ela não precisa é de mais soluções heterodoxas “a la UNICAMP”, como mais protecionismo e mais créditos subsidiados via BNDES.

PS: Fazendo uma breve defesa de Ciro Gomes, quando ele foi ministro da fazenda, uma de suas atitudes foi reduzir as tarifas de importação. Será que o Guedes vai ficar atrás até do Ciro?

*Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.

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