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Relatório da Oxfam: não, mais para os super-ricos não significa menos para os pobres

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A grande mídia está relatando o último relatório da Oxfam. Os cinco homens mais ricos do mundo mais do que dobraram sua riqueza desde 2020, diz a Oxfam.

Segundo a Oxfam, em 2020, os cinco homens mais ricos do mundo valiam, juntos, 405 bilhões de dólares americanos. Esse número agora subiu para 869 bilhões de dólares. Enquanto isso, os bilionários do mundo ficaram 3,3 trilhões de bilhões de dólares americanos mais ricos no mesmo período. Os quase cinco bilhões de pessoas “mais pobres” do mundo perderam 20 bilhões de dólares americanos em riqueza durante esse período. Aí estão os dados da Oxfam.

A pobreza global está em declínio – o número de bilionários está aumentando

É claro que a Oxfam escolhe os dados para que se encaixem na tese da Oxfam. O ano de 2020 foi escolhido de forma deliberada como o ano de comparação porque houve uma enorme queda nos mercados globais de ações devido à pandemia de coronavírus na época. Isso faz com que os ganhos subsequentes dos super ricos pareçam mais altos em comparação. Desde que o número de pessoas que vivem em extrema pobreza em todo o mundo caiu no ano passado (o que não se encaixa na tese), a Oxfam de repente usa um número de referência completamente diferente, ou seja, os quase cinco bilhões “mais pobres”; mas esse não é o ponto crucial.

A Oxfam sugere uma correlação entre o aumento da riqueza e o aumento da pobreza. Isso faz sentido para um grande número de pessoas que adotam a chamada heurística soma-zero. O poeta comunista Bertolt Brecht expressou de forma sucinta essa heurística errônea de soma-zero em seu poema “Alfabet”:

Said the poor man with a twitch:

Were I not poor, you wouldn’t be rich.”

[“E o pobre disse com um tremor:

Se eu não fosse pobre, você não seria rico.”]

Só que tais crenças de soma zero estão erradas. De acordo com dados do Banco Mundial, 28% da população global vivia em extrema pobreza em 2000, em comparação com 8,5% hoje! No mesmo período, o número de bilionários aumentou de 470 para 2.640, e apenas uma pequena proporção desse aumento se deve à inflação.

Nos países onde a pobreza caiu mais, o número de bilionários cresceu mais. Em 1981, 88% da população chinesa vivia em extrema pobreza; hoje é menos de um por cento. Ao mesmo tempo, o número de bilionários na China aumentou mais do que em qualquer outro lugar do mundo, de 0 para 562. Apenas os Estados Unidos são o lar de mais bilionários do que a China (e, há alguns anos, a China até superou os EUA por um tempo). A razão para o aumento do número de bilionários e a diminuição da pobreza é a mesma: crescimento econômico como resultado do aumento da liberdade econômica.

Qualquer um que deseja países sem bilionários não precisa esperar até que todos sejam expropriados. Existem países sem bilionários em partes da África, ou há Cuba e a Coreia do Norte. Países com grande número de bilionários incluem a Suíça e Singapura, ambas com uma alta proporção de bilionários, mas, mesmo na altamente elogiada Suécia, a proporção de bilionários (em relação à população) é 60%(!) mais alta do que nos EUA. Embora a Suécia tenha altos impostos de renda, ela aboliu os impostos sobre herança, doação e riqueza. De acordo com o Índice de Liberdade Econômica, a Suécia é agora o 10° país mais livre economicamente (ou seja, capitalista) do mundo, enquanto os Estados Unidos estão apenas em 25° lugar.

Ano após ano, a Oxfam publica “estudos” que sempre levam a demandas para que os ricos sejam mais taxados. Os estudos são metodologicamente muitíssimo questionáveis. No entanto, a mídia cai na mesma armadilha todos os anos, como mostrei em detalhes no meu livro The Rich in Public Opinion

Você fica com a impressão de que a mídia nem quer olhar para os dados reais; para eles, o estudo é credível porque se encaixa com seu ressentimento anti-rico, dando conta de que os ricos são os bodes expiatórios de todos os males do mundo.

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Rainer Zitelmann

Rainer Zitelmann

É doutor em História e Sociologia. Ele é autor de 26 livros, lecionou na Universidade Livre de Berlim e foi chefe de seção de um grande jornal da Alemanha. No Brasil, publicou, em parceria com o IL, O Capitalismo não é o problema, é a solução e Em defesa do capitalismo - Desmascarando mitos.

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