O prestígio da Escola Austríaca no mundo empresarial

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A Escola Austríaca de Economia é um dos principais ramos do pensamento econômico liberal, tendo surgido no século XIX e se destacado por sua abordagem crítica em relação ao socialismo. Em primeiro lugar, é preciso destacar seus principais autores e como cada um deles contribuiu com esse vasto conhecimento, que continua sendo presente nos dias atuais:

  1. Carl Menger, o fundador da Escola Austríaca de Economia, é conhecido por sua teoria do valor subjetivo, na qual argumenta que o valor de um bem é determinado pela utilidade que os indivíduos atribuem a ele. Em outras palavras, o valor do que você vende é definido pelo interesse que a sociedade concede ao seu produto ou serviço. Além disso, ele desenvolveu a teoria marginalista, que explica como os preços são determinados pela interação entre a oferta e a demanda. Menger foi um crítico do pensamento clássico e marxista, argumentando que a economia deveria ser estudada a partir das escolhas individuais dos agentes econômicos.
  2. Eugen von Böhm-Bawerk foi um economista austríaco do século XIX e início do século XX, conhecido por suas importantes contribuições para a teoria econômica, especialmente no campo da teoria do capital e da teoria do juro. Ele argumentou que o juro é o preço pago para compensar a abstinência do consumo presente em troca de maior consumo futuro e destacou a importância do tempo e da preferência temporal na determinação da taxa de juros, influenciando muitas discussões sobre política monetária e investimento. Além disso, foi um crítico ferrenho da teoria clássica do valor-trabalho, argumentando que o valor de um bem não é determinado apenas pelo trabalho necessário para produzi-lo, mas também pela utilidade subjetiva que os indivíduos atribuem a ele.
  3. O economista, historiador e teórico político americano Murray Rothbard é reconhecido por seu trabalho na defesa do liberalismo clássico, do libertarianismo e do anarcocapitalismo. Ele argumentava que a economia deveria ser vista como uma ciência que estuda as relações voluntárias entre indivíduos e que o Estado deveria ser eliminado, defendendo, assim, a liberdade econômica e individual.
  4. O economista austríaco-estadunidense Ludwig von Mises é um dos principais expoentes da EA, com grande relevância no pensamento econômico liberal e libertário. É conhecido por suas contribuições à teoria do valor, ao cálculo econômico e à teoria da moeda. Em seu livro O Cálculo Econômico em uma Comunidade Socialista, Mises argumenta que a ausência de propriedade privada e a impossibilidade de transmitir preços de forma eficiente no socialismo levam ao fracasso desse sistema econômico. Sem a propriedade privada, não é possível estabelecer valores reais para bens e serviços, o que gera distorções na alocação de recursos e na tomada de decisões econômicas. Além disso, a falta de um sistema de preços baseado na oferta e demanda torna difícil para indivíduos e empresas avaliarem o custo de produção e a utilidade dos produtos.
  5. Considerado um dos principais representantes da Escola Austríaca e vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 1974, o economista e filósofo austríaco Friedrich Hayek é conhecido por seus estudos sobre teoria monetária e de ciclos econômicos, bem como por sua defesa do liberalismo econômico e da liberdade individual. Além disso, muito se discute sobre a possibilidade de a inteligência artificial substituir o conhecimento humano. Contudo, é crucial evidenciar que, conforme Hayek, à medida que amplificamos o poder computacional, também aumentamos exponencialmente a escala necessária para processar o conhecimento de forma a dilatá-lo, ressaltando a limitação da inteligência artificial e da tecnologia em replicar ou superar a complexidade e sutileza do pensamento humano. De acordo com essa análise, o valor do conhecimento humano, da criatividade e da capacidade de adaptação diante de novos desafios torna-se mais evidente.
  6. O ilustre aluno de Ludwig von Mises e Friedrich Hayek no século XX, Ludwig Lachmann, enfatizou a importância da incerteza na tomada de decisões econômicas. Para ele, os empreendedores desempenham um papel crucial na coordenação dos recursos escassos em uma economia de mercado, identificando oportunidades de lucro e buscando inovações. Enfatiza que o empreendedorismo é um processo disruptivo e criativo, que desafia o status quo e impulsiona o progresso econômico.
  7. Nascido em Londres em 1930, o renomado economista e professor Israel Kirzner destaca a importância do empreendedorismo na sociedade e seu papel no mercado, originando a teoria do empreendedor alerta. Nessa teoria, ele considera o empreendedor como um indivíduo capaz de perceber oportunidades de lucro no mercado, sendo ágil para rapidamente aproveitá-las. Além disso, Kirzner é conhecido por sua defesa da competição como um mecanismo fundamental para a coordenação eficiente dos recursos na economia. Ele argumenta que, através da competição livre e aberta, os empreendedores são capazes de descobrir e preencher lacunas no mercado, promovendo a inovação, a criação de empregos e o desenvolvimento econômico.

No livro A Mentalidade Anticapitalista, Hayek ressalta que os empreendedores enfrentam obstáculos impostos por governos e sindicatos para alcançar o sucesso em seus negócios. Por conseguinte, a título de exemplo, de acordo com a OCDE, o número de empresas estatais existentes no Brasil é maior do que a soma de empresas estatais de 18 outros países. De forma mais abrangente, o Brasil tem 418 empresas estatais, enquanto a Grécia possui 42, Turquia possui 39, Eslovênia e Nova Zelândia têm 37, Holanda possui 29, Israel possui 28, Chile e Irlanda têm 25, Dinamarca possui 21, Itália possui 20, Estados Unidos e Reino Unido têm 16, Bélgica possui 12, Áustria possui 10, Japão e Austrália têm 8 e a Suíça possui 4. Isso comprova que, quanto mais estatais e menos competição, menor é a qualidade e variedade dos produtos e serviços oferecidos, dado que não há incentivo para inovação e melhoria contínua.

Dessa forma, conclui-se que o prestígio do empreendedorismo na sociedade é a sua capacidade de gerar valor, empregos, concorrência, melhorar processos, inovar e garantir qualidade nos produtos e serviços oferecidos. No Brasil, empreender deve ser visto como um ato de heroísmo, coragem e bravura devido às dificuldades burocráticas, cartoriais, tributárias e trabalhistas, além da insegurança jurídica enfrentadas pelos empresários diariamente.

*Deborah Palma é mentora financeira, autora do e-Book Riqueza 31, associada do IFL Brasil, Diretora de Formação do IFL Salvador e escritora de artigos publicados no Instituto Millenium, IFL Brasil, Instituto Liberal e Boletim da Liberdade.

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