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O longo caminho de startups na Curva J

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O filósofo inglês do século XVI Francis Bacon dizia que o “lucro é a alma do negócio”. Afinal, sem lucro, não há como haver sustentabilidade em uma empreitada. O consenso sobre esse pensamento gera estranhamento quando indivíduos comuns leem manchetes noticiando prejuízos bilionários por parte de companhias como Netflix, Tesla e Spotify. Isso ocorre porque o processo de amadurecimento de startups até a lucratividade é um caminho complexo, repleto de desafios e incertezas e que contrasta com o de uma empresa comum, sendo essencial para o sucesso empresarial em longo prazo.

A abordagem da Curva J das Startups, descrita por Howard Love, oferece uma visão valiosa sobre as etapas pelas quais a maioria dessas empresas passa e mostra que a lucratividade não é o objetivo imediato, mas sim o resultado de um processo estruturado.

No início, a criação de uma startup envolve a formulação de uma ideia original de negócio, que deve ser encarada como uma hipótese a ser validada pelos consumidores. Nessa fase, a startup está mais preocupada em entender se existe demanda para o produto ou serviço proposto, se ele resolve um problema real do mercado e se é atrativo o suficiente para conquistar clientes. A lucratividade, neste momento, não é o ponto central, mas sim a busca por um produto com valor agregado.

Com o lançamento do produto no mercado, a startup entra em uma nova etapa de seu desenvolvimento. Durante esse período, é essencial obter feedback dos usuários, entender suas necessidades e fazer ajustes constantes no produto e no plano de negócios. É comum que a empresa ainda não esteja gerando lucros significativos, uma vez que a prioridade é aprimorar o produto e a experiência do cliente, não atingir o breakeven (ponto de equilíbrio entre receitas e despesas).

À medida que a startup avança, ela entra na fase de busca por um modelo de negócios sustentável. Nesse estágio, o foco é encontrar uma maneira de gerar receitas que superem os custos de produção e vendas. A lucratividade começa a se tornar uma preocupação real, mas ainda não é o momento de ampliar massivamente o negócio. A meta é alcançar clientes entusiasmados com o produto e criar uma base sólida para sustentar a expansão futura.

Com um modelo de negócios validado e uma base de clientes engajada, a startup entra na fase de escala. Esse é o momento de realizar investimentos significativos para aumentar a capacidade produtiva, expandir a equipe, aprimorar a tecnologia e explorar novos mercados geográficos. É também nesse estágio que os recursos captados, por meio de investimentos ou financiamentos, são reinvestidos no próprio negócio, e impulsiona seu crescimento.

A escalada é uma etapa crucial no caminho para a lucratividade, mas também pode ser a mais arriscada. A gestão precisa ser cuidadosa para não expandir muito rapidamente e perder o controle dos custos. O foco deve ser a eficiência operacional, e garantir que a empresa cresça de forma sustentável, e há um um olhar atento sobre a rentabilidade.

Finalmente, a colheita é a fase em que a startup amadurece e começa a colher os frutos de seu trabalho árduo. Os esforços para construir um negócio sustentável começam a se refletir em resultados financeiros positivos, e a empresa passa gradualmente a ser mais rentável. É nesse momento que os sócios e investidores podem começar a usufruir dos lucros gerados.

Pode parecer estranho arcar com anos de prejuízos em uma companhia testando o modelo de negócios e buscando expansão, mas este longo caminho, chamado de Curva J, tem sido traçado por algumas das maiores companhias do mundo atual. Todo empreendedor ambicioso deveria conhecer mais a respeito para aplicar, ao menos, parte desses princípios em seu negócio.

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Luan Sperandio

Luan Sperandio

Analista político, colunista de Folha Business. Foi eleito Top Global Leader do Students for Liberty em 2017 e é associado do Instituto Líderes do Amanhã. É ainda Diretor de Operações da Rede Liberdade, Conselheiro da Ranking dos Políticos e Conselheiro Consultivo do Instituto Liberal.

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