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Mercado de e-bikes e a velha política de subsídios

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As vendas de bicicletas elétricas cresceram muito nos últimos anos. O mercado global desse tipo de produto, que hoje gira em cerca de US$ 51,5 bilhões, deve saltar para US$ 77,2 bilhões até 2028, de acordo com a Research and Markets, empresa especializada em avaliações mercadológicas.

Com o aumento nas vendas, também subiu o número de programas estatais que subsidiam a aquisição das chamadas e-bikes.​ Nos EUA, governos estaduais e municipais oferecem descontos de impostos e vouchers que variam de US$ 400 a US$ 2.000 para quem decide comprar uma dessas bicicletas. O incentivo é justificado pelo potencial das bicicletas em reduzir a circulação de automóveis movidos a combustíveis fosseis e, via de consequência, as emissões de poluentes no meio ambiente.

​Os programas americanos de vouchers estão tão demandados, que há fila de espera em sua obtenção, o que, para alguns, pode significar que devam ser expandidos e disponibilizados para o máximo de interessados possível. Mas, será que essa é realmente a melhor escolha? Será que são os programas de incentivo os responsáveis pelo impulsionamento nas vendas?

Uma análise mais cuidadosa revela que, em Denver, por exemplo, quando o governo reduziu o valor individual dos vouchers para ampliar sua quantidade, não houve alteração na demanda. Em outras palavras, a demanda não foi afetada pelo valor do subsídio. Essa constatação leva a outro questionamento: o fim dos subsídios comprimiriam o interesse das pessoas a ponto de deixarem de comprar os produtos? Ao observar o quadro geral, é possível afirmar que muitos indivíduos comprariam uma e-bike independentemente do incentivo, mas ele os leva a, de repente, comprar um modelo mais caro e mais bonito.

Nesse sentido, há um benefício para o comprador já convencido, mas é preciso ter em mente que o pagador de impostos que custeia esses incentivos públicos não obtém qualquer vantagem nesse processo específico.

​Se a principal razão para os subsídios for a justificativa de que bicicletas elétricas substituem carros (pelo menos em trajetos curtos do dia a dia), o fato de elas serem, via de regra, mais baratas que os automóveis, não seria incentivo suficiente para alavancar o mercado? Quando combinado com o fator ambiental, então, o apelo de vendas ganha ainda mais força.

​Não é segredo que as principais formas de transporte já contam com algum grau de incentivo estatal. Do diesel utilizado pelos caminhões e ônibus à redução de impostos para certos modelos de carros, o contribuinte mundo afora custeia os programas de subsídios escolhidos pelos governos. Sob o argumento de aumentar o acesso a bens e serviços, o Estado direciona recursos para certas áreas, criando a impressão de barateamento de preços.

O que muitos não enxergam é a distorção causada por esse tipo de política governamental. Para compensar esses gastos, o Estado acaba por criar mais impostos, o que onera as atividades produtivas. Quem perde, obviamente, é o cidadão que, além de custear os subsídios, no fim das contas, ainda paga caro pelos bens (mais onerados) que deseja comprar. A onda das e-bikes é nova; a política de subsídios, não.​

*Juliana Bravo – Associada II do Instituto Líderes do Amanhã.

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