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Brasil: um país com globalização, sem internacionalização

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O Brasil abraçou a globalização, caracterizada pela intensificação das trocas econômicas, culturais e políticas entre as nações. No entanto, quando se analisa mais profundamente, percebe-se um paradoxo interessante: embora o país possua uma influência considerável no cenário global, sua internacionalização é notavelmente baixa. Esse fenômeno pode ser observado em diversos aspectos, como o turismo, o comércio exterior e a língua.

O brasileiro, apesar de viver em um país vasto e diversificado, tende a viajar pouco para o exterior. Esse é um comportamento que se reflete em números: a taxa de viagens internacionais é relativamente baixa quando comparada a países com níveis econômicos semelhantes. Além disso, o Brasil recebe uma quantidade limitada de turistas estrangeiros a cada ano, em comparação com destinos turísticos mais consolidados. Enquanto Paris, por exemplo, atrai cerca de 80 milhões de visitantes anualmente, o Brasil recebe apenas cerca de 6 milhões.

Essa falta de intercâmbio turístico contribui para uma das faces mais visíveis do paradoxo: a baixa internacionalização econômica. A economia brasileira, embora significativa em termos globais, permanece bastante fechada em relação ao comércio exterior. O Brasil é o 27º maior exportador e o 28º maior importador do mundo, números que não condizem com sua influência no cenário internacional. A participação do Brasil no comércio global se limita a apenas 1%, uma porcentagem aquém do que seria esperado de uma nação globalizada.

Essa economia fechada, muitas vezes relacionada a entraves burocráticos e altos custos logísticos, é um fator limitante para a internacionalização. As barreiras comerciais dificultam a inserção de produtos brasileiros nos mercados internacionais e, por consequência, impedem um fluxo mais dinâmico de intercâmbio econômico.

Além disso, a língua também representa um desafio para a internacionalização do Brasil. Embora o português seja amplamente falado no país, a fluência em línguas estrangeiras, como o inglês, é um dos índices mais baixos do mundo. Segundo o British Council, somente 5% dos brasileiros consegue se comunicar e apenas 1% é fluente. Isso coloca o Brasil em uma posição desvantajosa no cenário global, onde a comunicação é fundamental para o sucesso de parcerias, acordos e relações comerciais.

Além disso, com a baixa fluência, um número baixo de brasileiros consome conteúdos e informações diretamente do que ocorre em outros países. Isso traz impactos ao país no sentido de tornar o debate público focado somente em questões domésticas. Historicamente, isso trouxe consequências na política, com diversas leis e políticas públicas sendo feitas desconsiderando marcos regulatórios de pares internacionais, contribuindo para haver distorções no ambiente de negócios brasileiro.

Para superar esse paradoxo entre a globalização e a internacionalização, o Brasil deve adotar medidas que estimulem uma maior abertura econômica e facilitem a entrada de produtos nacionais nos mercados internacionais. Investir em infraestrutura, reduzir a burocracia e melhorar a logística são passos essenciais para isso. Além disso, é fundamental fortalecer o ensino de línguas estrangeiras, especialmente o inglês, nas escolas brasileiras, a fim de preparar as futuras gerações para um mundo cada vez mais interconectado.

A internacionalização não é apenas uma questão econômica, mas também cultural, social e política. Ela permite que as nações compartilhem conhecimentos, valores e experiências, enriquecendo a sociedade como um todo. É um paradoxo a ser superado no Brasil.

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Luan Sperandio

Luan Sperandio

Analista político, colunista de Folha Business. Foi eleito Top Global Leader do Students for Liberty em 2017 e é associado do Instituto Líderes do Amanhã. É ainda Diretor de Operações da Rede Liberdade, Conselheiro da Ranking dos Políticos e Conselheiro Consultivo do Instituto Liberal.

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