BNDES, a herança maldita de Getúlio Vargas
O BNDES é o maior programa de transferência de renda do mundo. Ele transfere com sucesso a renda do contribuinte brasileiro direto ao bolso daqueles que ele julga serem os responsáveis pelo motor do desenvolvimento nacional.
Durante o mandato Dilma Rousseff, ficou notória na sua Nova Matriz Econômica a direção maciça dos investimentos para os gigantes nacionais, se justificando na inspiração do modelo sul-coreano de apostar nos grandes conglomerados nacionais para potencializar sua economia nacional. Porém, esse modelo fracassou de maneira retumbante.
O banco nasceu em um Brasil que não se compara com o atual. Na época em que foi criado, o país nem sequer dispunha de um sistema bancário estabelecido e tinha suas políticas monetárias tomadas pela direção do Banco do Brasil. O banco surgiu como mais uma de várias heranças malditas de Getúlio Vargas, para servir como um lugar seguro e confiável para empréstimos em projetos de desenvolvimentos. Como o Brasil quase sempre conviveu com a política desenvolvimentista, o banco sempre foi usado como meio para patrocinar essa política.
Porém, ao usar a verba do contribuinte, o banco patrocina de maneira exacerbada empresas conforme o interesse do governante em questão no cargo sem transparência, já que portarias emitidas ainda na ditadura militar permitem que o banco tenha o direito de negar suas contas para a avaliação do TCU e da CGU, tornando a transparência inalcançável.
Para avaliar como a falta de prioridades da política desenvolvimentista é gritante no país, basta observar os empréstimos que foram concedidos nos últimos anos. Os empréstimos variam desde um de 8 bilhões para a JBS, uma rede de frigoríficos brasileira, até os patrocínios de empresas de engenharia com a justificativa de “exportar o setor de construção civil brasileiro” para as construções do porto de Mariel em Cuba, e do palácio residencial do então presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, e sua filha, Isabel dos Santos, considerada a mulher mais rica da África e que recentemente está envolvida num escândalo sobre a ilegalidade de sua fortuna pessoal no país africano. Destaque-se principalmente o caso de Eike Batista, o ex-homem mais rico do Brasil, que, apenas com sua lábia, convenceu o governo a patrocinar empreendimentos que nunca existiram, como as suas famosas minas da Nicarágua.
Por esses e outros motivos listados acima, é possível afirmar que o BNDES é um imenso ralo do dinheiro do contribuinte, visto que não realiza investimentos com bons retornos para a economia nacional e dado que, se entrar em prejuízo, a conta recai sobre o cidadão.
Deveriam existir bancos de fomento? Sim, claro. Desde que fomentados pela iniciativa privada para os seus investimentos, visto que estes são mais competentes que o estado para reconhecer qual negócio é o mais passível de obter retornos lucrativos, conforme pudemos notar.
* Artigo publicado originalmente na página Liberalismo Brazuca no Facebook.