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E eu que pensava que o liberalismo crescia no Brasil!

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Tenho visto lideranças de todos os tipos, de empresários a pastores evangélicos, de coordenadores de grupelhos de esquerda a intelectuais de “direita” que, num surto de irresponsabilidade, do conforto de suas casas, incentivam a barbárie com a finalidade de alcançar um futuro melhor para o Brasil. Alguém precisa avisá-los de que o apoio irrestrito ao primitivismo, à irracionalidade e ao caos, já nos trouxe um prejuízo da ordem de 18 bilhões de reais (sim, estou sendo modesto).

Existe quase uma unanimidade, nos discursos dessa composição eclética, de que os caminhoneiros estão lutando pelo bem de toda uma nação, estão mudando os rumos deste país. Mais uma vez, para essa horda, os fins são mais importantes que os meios. No Brasil, país predominantemente de esquerda, prevalece aquela velha história de querer mudar as coisas radicalmente, sem fazer uso das vias democráticas, apelando para o grito e para a força.

Desta vez, no entanto, foi possível perceber que sob o manto do discurso democrático e liberal, há muitos jornalistas e intelectuais cujas paixões revolucionárias em muito se assemelham às das trupes de esquerda que desejam obter o poder a qualquer custo.

A pergunta que fica é: quando foi que a suposta direita liberal passou a acreditar em unicórnios? Milhares de pessoas estão caindo nesse papo de que o protesto é legítimo e liberal porque, em tese, exige a redução de impostos. Não há nada de liberal num protesto que apela para o primitivismo, para a barbárie e para o rompimento de garantias de contrato para o atendimento aos clamores de uma única categoria.

Os prejuízos desta paralisação são incalculáveis e vão se estender por muitos anos. Quando foi que os ditos direitistas e liberais deixaram de lado o estado democrático de direito e começaram a pregar o vale-tudo para alcançar a satisfação de seus próprios interesses? Muito provavelmente, apesar de se autodeclararem liberais, muitos dos apoiadores deste despautério nunca entenderam a máxima de Milton Friedman de que não existe almoço grátis.

A redução de preços já anunciada pelo governo não virá sem custo à sociedade como um todo. Nada mais antiliberal. Até agora, quais foram as consequências práticas desta greve (apoiada, vejam só, por “liberais” e por Stédile”, o coordenador do grupelho de esquerda MST)?

Alguns dados: Custos diretos da ordem de 9,5 bilhões apenas com subsídios para a Petrobras e para as importadoras de combustíveis, reoneração da folha de pagamento de 28 setores da economia (o que vai gerar mais desemprego, óbvio), fiscalização de postos de combustíveis com o objetivo de verificar se as reduções estão sendo repassadas aos consumidores (lembra dos fiscais do Sarney? Pois é, voltamos à década de 80.), quebra de garantia de contrato e aumento da insegurança jurídica.

O que há de liberal nisso tudo? Isso por que não citei todo o prejuízo já gerado até o momento para a economia brasileira. Exigir que o governo controle preços é exatamente o que estão fazendo os caminhoneiros. E, para nossa vergonha, supostos “liberais” estão apoiando tudo isso.

Cabe uma pergunta, será que Mises não está se revirando no túmulo neste momento? Não foi essa a teoria que Mises nos ensinou. E, antes de dizer que o governo não fez esforços para reduzir o estado, é importante ressaltar que houve atuação direta em três importantes frentes que sequer teriam sido cogitadas por Dilma Rousseff e seus admiradores: PEC dos gastos, Reforma trabalhista e uma quase Reforma Previdenciária (que só não foi possível graças à gritaria histriônica típica de liberais de botequim). O Brasil realmente não é para amadores!!

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Juliano Oliveira

Juliano Oliveira

É administrador de empresas, professor e palestrante. Especialista e mestre em engenharia de produção, é estudioso das teorias sobre liberalismo econômico.

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