fbpx

Diplomacia cada vez mais anã

Print Friendly, PDF & Email

 

Não foi à toa que o ex-porta voz do Ministério das Relações Exteriores israelense chamou o Brasil de “anão diplomático”.  A postura do Governo Dilma no recente episódio envolvendo a execução do brasileiro Marco Archer, na Indonésia, é a prova cabal de que o israelense estava coberto de razão.

Não cabe aqui entrar no mérito da pena de morte em si (a quem interessar possa, sou contra esta pena em quaisquer casos).  Entretanto, o fato é que, qualquer que seja a sua opinião sobre a pena de morte, a atitude do governo brasileiro tem sido prá lá de constrangedora,  especialmente quando nos lembramos que se trata de um intransigente defensor do não intervencionismo nos assuntos internos de outro país e do famigerado multiculturalismo – pelo menos quando isso se mostra conveniente e em conformidade com a ideologia dos barbudinhos ora no comando do Itamarati.

Não satisfeita de pedir clemência – uma atitude até compreensível -, Dilma agora se diz consternada com a execução, a ponto de convocar o embaixador brasileiro para consultas, ao mesmo tempo em que mandou entregar uma nota formal de protesto ao embaixador indonésio em Brasília.  São atitudes ostensivas que visam claramente a colocar as relações diplomáticas entre os dois países em zona de turbulência – não por acaso, cidadãos e jornalistas brasileiros já começam a enfrentar problemas na Indonésia.  Será que todo esse estardalhaço é realmente necessário?

Noves fora um certo nacionalismo bocó, o governo brasileiro alega que seus esforços em defesa da vida de Archer são justificados pelo fato de aqui não haver pena de morte – a nota entregue ao embaixador indonésio diz que “o recurso à pena de morte, que a sociedade mundial crescentemente condena, afeta gravemente as relações entre nossos países“.

Convenhamos: não é um argumento razoável.  Países como Estados Unidos e China também têm pena de morte.  Será que o governo deveria fazer a mesma coisa sempre que, num desses países, houvesse brasileiros no corredor da morte?  Ah! Mas nesses países a pena máxima é aplicada apenas em casos de homicídio qualificado.  O.K. Mas aqui não há pena de morte nem mesmo nesses casos, o que tornaria o argumento levantado pelo Brasil válido para todo e qualquer caso de aplicação da pena máxima a brasileiros no exterior.  Faz sentido?

Tudo somado, fica a impressão de estarmos diante de um governo fraco, emparedado pelos mais diversos escândalos, enfrentando dificuldades políticas e econômicas as mais diversas, porém ávido para tentar desviar a atenção dos problemas realmente importantes e tentando angariar alguns pontinhos junto à opinião pública, seja através de ações demagógicas ou criando inimigos imaginários.  Pensando bem, acho que “anão diplomático” é pouco.  O Governo Dilma está nos transformando num verdadeiro “inseto diplomático”.

 

Faça uma doação para o Instituto Liberal. Realize um PIX com o valor que desejar. Você poderá copiar a chave PIX ou escanear o QR Code abaixo:

Copie a chave PIX do IL:

28.014.876/0001-06

Escaneie o QR Code abaixo:

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

2 comentários em “Diplomacia cada vez mais anã

  • Avatar
    19/01/2015 em 10:01 am
    Permalink

    Poupar a vida de facinoras é pactuar com a morte de inocentes, que nas mãos de facínoras serão executados.

    Não nutro qualquer empatia por facínoras que eleiminam vidas inocentes, indefesas e uteis.

    Nada justifica a defesa da vida de bandidos.
    No caso do traficante, discordo de que tal seja crime. Afinal, usa drogas quem quer.
    Usar drogas não é violência contra ninguém. Se tal leva a tal pratica, que se elimine o bandido.

    Curiosamente na democracia bananeira tomar uma cerveja e dirigir é crime por presunção, já usar drogas, apesar de estatisticamente estas induzirem a criminalidade, a lei não estabelece como crime.

    ALIÁS o INIMIGO PÚBLICO NÚMERO UM da VEZ é o MOTORISTA.

    Esse é o novo “JUDAS” que o Estado oferece a sua população presente ao “COLISEU SOCIAL”.

    Não por acaso as empreiteiras que receberam a concessão de pedágios espalham cartazes patéticos (comoventes) sobre os malvados motoristas que bebem e dirigem. …Já drogar-se e dirigir… Aí PODE!!!!

    No inicio deste mes de janeiro no programa Balanço Geral um motorista que atropelou varios foi informado que fez o teste e não foi constatado ngestão de bebida alcoolica.
    à noite no Alerta Total, Fabiola informa que o rapaz havia ingerido bebida alcoolica!!!

    É tem que falar o que o Estado manda!
    …sempre ha garrafas ou latinhas nos carros …muito curioso.
    Somente ha relatos de “alcolizados” ao volante, DROGADOS NUNCA CAUSAM ACIDENTES.

    Perceba-se isso na midia!!!
    …que destaca apenas o que deseja, como homens que matam mulheres, embora muitas mulheres matem homens ou os agridam. Porém, o destaque é para o crime contra a mulher.
    Já qdo a mulher mata o homem ninguém fala em “crime contra o homem”.

    Tudo isso faz parte da estratégia de:

    INVENTAR INIMIGOS PARA SEDUZIR AMIGOS.

    …esta é outra estratégia em par com:

    DIVIDIR PARA DOMINAR.

    …e ambas fazem parte da estratégia de Sun Tzu:

    Semear a discórdia na tropa inimiga e faze-los lutar contra si mesmos.

  • Avatar
    19/01/2015 em 9:45 am
    Permalink

    Quando Fidel mandou executar sob “julgamento” sumário tres cubanos que tentaram fugir de Cuba sequestrando um arco, os mesmos indignados com a pena de morte afirmaram que Cuba era um pais soberano e não deviam se meter com as decisões de paises soberanos.

    Ocorre que aqueles que fazem caretas à pena de morte deveriam ser os unicos responsáveis pelo custeio de manter os facínoras encarcerados, notadamente aqueles que já aplicaram a pena de morte a suas vítimas INOCENTES.

    Justiça é reciprocidade!
    Aqueles que matam inocentes estão anuindo que sejam igualmente mortos, sobretudo por serem culpados e terem iniciado a agressão contra inocentes que nenhum motivo deram para que fossem covardemente assassinados, ou feridos na tentativa.

    Não iguala-se ao facínora aquele que o revida segundo a “moral do facínora”.
    Afinal, ao revidar e executar um facínora, se esta agindo contra um CULPADO AGRESSOR e não contra um inocente, como este o fez.

    Justiça é dar o mesmo tratamento que nos dão!!! …ISSO É JUSTIÇA!!!

Fechado para comentários.

Pular para o conteúdo