Dilma tem muito a aprender com o Papa Francisco
JOÃO LUIZ MAUAD*
“O Papa é argentino, mas Deus é Brasileiro”. Para encontrar-se com o novo papa por alguns minutos e dizer piadinhas gastas e sem graça, como a que vai acima, a viagem de três dias da presidente Dilma Rousseff e sua trupe a Roma envolveu o aluguel de 52 quartos de hotel e 17 veículos, segundo informações da Folha de São Paulo.
De acordo com aquele jornal, Dilma, quatro ministros, assessores e seguranças se hospedaram no hotel Westin Excelsior, na Via Veneto, um dos endereços mais sofisticados de Roma, ocupando um total de 30 quartos. A diária da suíte presidencial custa cerca de R$ 7.700, enquanto o quarto mais barato fica por R$ 910. Os outros 22 quartos, para pessoal de apoio, ficaram em local próximo.
A Presidente não quis ficar na residência oficial da Embaixada do Brasil, instalada num amplo palacete no centro histórico de Roma e que costuma receber mandatários do País. Segundo a assessoria da Presidência, Dilma prefere hotéis por facilitarem a rotina de trabalho.
Já a frota alugada inclui sete veículos sedan com motorista, um carro blindado de luxo, quatro vans executivas com capacidade para 15 pessoas cada, um micro-ônibus e um veículo destinado aos seguranças. Apenas para o transporte de bagagens e equipamentos, Dilma contou com um caminhão-baú e dois furgões.
Além de total falta de respeito com o contribuinte brasileiro, que é quem paga por todas essas extravagâncias, a viagem nababesca da Presidente é uma afronta ao próprio Papa Francisco, um homem que sempre primou pela simplicidade, humildade e despojamento. Em seus tempos de cardeal em Buenos Aires, o então Cardeal Bergoglio andava de ônibus e metrô, cozinhava a própria comida e dispensava toda e qualquer ostentação.
Mesmo depois de entronizado no novo cargo, o Papa Francisco tem feito questão de demonstrar modéstia e sobriedade. Não por acaso, usa os sapatos habituais, dispensou crucifixo e anel de ouro por similares em ferro e prata, e rogou aos conterrâneos portenhos que não viajassem a Roma para sua posse, pedindo, se fosse o caso, que utilizassem os recursos economizados para ajudar os pobres.
* ADMINISTRADOR E CONSULTOR DE EMPRESAS
FONTE DA IMAGEM: WIKIMAPIA