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Desconfie de quem não arrisca a própria pele

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Desde os tempos mais longínquos, as grandes decisões, que serviram de base para a civilização, foram tomadas por pessoas que assumiram riscos, os quais poderiam significar até mesmo a própria morte.

Nessa esteira, generais romanos, além de comandar as estratégias de ataque, assumiam os fronts de batalha; grandes navegadores se lançavam no alto mar em busca de novas terras, enfrentando todo o medo do desconhecido; comerciantes transportavam suas próprias mercadorias, passando por rotas e povoados hostis. Até o famoso presidente americano Abraham Lincoln, na Proclamação de Emancipação que concedeu a liberdade aos escravos, tinha plena compreensão de que pessoas e políticos poderiam se voltar contra ele (ao final, pagou com a própria vida).

É bem verdade que quando um indivíduo sofre as consequências de suas decisões, essas tendem a ser melhor executadas. É o fator que Nassim Taleb chama de “arriscar a própria pele”. Ora, existe motivo determinante pelo qual não temos tantos acidentes de avião: o piloto está no mesmo voo que os passageiros. Quem já experimentou simuladores (com inúmeras chances de tentar novamente) ou simplesmente assistiu ao filme Sully, que retrata um caso real de pouso forçado no Rio Hudson, de Nova Iorque (com 100% de sobreviventes), compreenderá que o fator mais importante para evitar acidentes é pilotar o próprio avião.

Arriscar a própria pele é, portanto, um elemento crucial para que boas escolhas sejam feitas. Não é à toa que empresas privadas tendem a ser muito mais efetivas que o Estado. O empresário tem muito a perder com uma decisão ruim. Sam Walton, fundador da rede de supermercados Walmart, tem uma célebre frase que representa bem o risco de negligenciar o próprio negócio: “clientes podem demitir todos de uma empresa, do alto executivo para baixo, simplesmente gastando seu dinheiro em algum outro lugar“. Ser punido por seus clientes e levar o negócio à falência é o risco diário que todo empreendedor assume.

Por outro lado, dirigentes de estatais, servidores públicos (incluindo os que te atendem mal no departamento de trânsito) e governantes não têm muito (ou mesmo nada) a perder com suas escolhas, pois há um aparato burocrático que, convenientemente, separa a pessoa das consequências de suas ações. O dia seguinte será exatamente o mesmo e o salário ao final do mês não sofrerá oscilações. Ainda que não seja possível generalizar, há que se convir que o resultado tende a ser catastrófico.

Em resumo, quando você quiser investir em algo, ou simplesmente aceitar alguma ideia, veja se o indivíduo do outro lado arrisca a própria pele. O mundo real não valoriza as pessoas pelo que elas pensam, mas sim pelo que elas fazem. Por isso, ao buscar algum caminho a seguir, fuja daqueles que são remunerados apenas para dar conselhos e priorize os que praticam o que falam e que têm algo a perder quando estão errados.

*Francisco de Aguiar Machado é associado III do Líderes do Amanhã. 

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