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Desabafo sobre Chico Buarque

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Quem nunca fez besteiras durante a juventude?

Jorge Amado teve seus anos de admiração a Hitler e Stalin. Em 1940, o escritor baiano foi redator do jornal Meio-Dia, o principal divulgador das ideias nazistas no Brasil, naquela época. No livro Os Dentes do Dragão, Oswald de Andrade relata o assédio que sofreu de seu colega baiano, que lhe convidou a compor os quadros do jornal por uma boa grana. Recusou, por razões óbvias.

Quando os horrores do nazismo começaram a ficar claros, Jorge Amado caiu na real e largou o emprego mantendo, porém, a admiração pelo ditador russo. No livro O Mundo da Paz, Amado dedica-se a enaltecer os regimes comunistas, cobrindo Stalin de elogios, qualificando-o como um “sábio dirigente dos povos do mundo na luta pela felicidade do homem sobre a terra”. Este livro, publicado em 1951, teve mais de 10 milhões de exemplares distribuídos na União Soviética.

Demorou, mas um dia o escritor também enxergou os horrores do comunismo. Abandonou a militância e tentou negar esse passado.

José de Alencar foi contra a abolição da escravatura. Na série Ao Imperador: Novas Cartas Políticas de Erasmo, publicada em 1867, três dos sete textos tratam objetivamente da defesa da escravidão no Brasil.

Sua justificativa era tão bizarra quanto a ideia em si. Segundo o romancista, a escravidão era uma forma de educar os negros até lhes conferir instrução e moral suficientes para integrar a sociedade formal.

Este vergonhoso período de seu passado foi escondido pela academia até o ano de 2008, quando seus infames textos foram redescobertos e publicados pelo historiador Hedra Tamis Parron sob o título Cartas em Favor da Escravidão.

Machado de Assis foi um censor do império. Era o encarregado de aprovar ou rejeitar as peças de teatro entre 1862 e 1863 em função dos interesses da Coroa.

Segundo o professor João Roberto Faria, da USP, o escritor seguia dois critérios: Evitar qualquer teor que pudesse atentar contra o moral e os bons costumes; impedir temas e abordagens que pudessem ofender a religião e as autoridades do império.

Quem nunca fez besteiras durante a juventude?

O ex-guerrilheiro comunista Fernando Gabeira, que chegou a participar do sequestro de um embaixador americano, relata em seu livro O Que É Isso Companheiro o caso de Dominguinhos, um dos tantos que protestavam contra a ditadura nas ruas do Rio de Janeiro.

Dominguinhos era membro de uma organização política. Fazia belos discursos marxistas. Tinha total segurança sobre tudo o que defendia, de que o comunismo era lindo, perfeito e viável. Acreditava piamente que lutava pela liberdade. Acreditava que a revolução cubana deveria ser reproduzida no Brasil. Levava bombas caseiras na mochila. Não tinha medo de nada. Dominguinhos não tinha sequer 18 anos de idade.

Chico Buarque também deve ter cruzado com Dominguinhos nas ruas.

O tempo passou. Dominguinhos sumiu. A ditadura caiu. A URSS desmoronou. O mundo mudou. Gabeira acordou. Chico Buarque continua igualzinho, defendendo as mesmas coisas e pessoas… Ideias que a história já comprovou que não dão certo.

Quem nunca fez besteiras durante a juventude?

Quando jovem, Chico Buarque lutou pelo que a maioria de nós também lutaria se estivesse naquele tempo, naquelas circunstâncias.

Quem, na década de 1960, duvidaria que o socialismo era lindo e maravilhoso como dizia a propaganda revolucionária?

As pessoas que o defendiam eram descoladas, eram artistas, eram professores… e defendiam também a liberdade para sexo e drogas. O que pode ser melhor do que isso aos 18 anos de idade?

Gabeira cresceu. Amadureceu. Pousou. Não se transformou em nenhum militante liberal, mas reconhece com tranquilidade que lutava, por ignorância e ingenuidade, em favor de um grupo que pretendia implantar uma ditadura a la Cuba no Brasil.

Gabeira, que ajudou a fundar o PT, hoje defende um distanciamento entre estado e mercado, reconhece que o capitalismo diminui a pobreza e defende com tranquilidade o impeachment.

Chico Buarque, que lutou contra a ditadura brasileira, hoje defende a ditadura cubana, apoia grupos que invadem propriedades privadas e faz musiquinha denunciando o “golpe”.

É perdoável que uma pessoa, 50 anos atrás, tenha defendido o socialismo.

É perdoável até quem, numa juventude recente, também tenha alimentado essas crendices, afinal, defender as pautas socialistas na faculdade é muito divertido, fácil… confere ao jovem um sentimento de heroísmo e as meninas derretem-se por qualquer conversa mole sobre amor e igualdade social.

O que não é perdoável é a militância eterna, a imbecilidade voluntária de pessoas que revivem cotidianamente as conversas esfumaçadas dos centros acadêmicos, ruminando discursos velhos, batidos.

Até quando Chico Buarque, do alto de sua vida burguesíssima, vai posar de comunista?

Estamos vivendo um período tão doloroso quanto vergonhoso de nossa história. Um país arrastado para uma grave crise econômica por uma presidente mentirosa, incompetente e corrupta, mas que conta com o apoio do Chico Buarque. Do Chico Buarque!

Ao lado dele, acompanhando o show de horrores da sessão do senado de hoje, estava Lula, investigado e indiciado por tantos crimes que perdi a conta de quantos são. Por ali também estava Guilherme Boulos, líder do grupo terrorista MTST.

Um artista defender um governo ou um político é um absurdo em qualquer situação. Um artista defender o governo petista e Dilma (Dilma!) é um absurdo imensurável.

O que Chico Buarque faz é comprovar a tese de que o socialismo em algumas pessoas é uma perversão, uma doença que não as deixa enxergar nada além disso. O que vale são as ideias, não o resultado das ideias. Dane-se se der errado! O importante é ir tentando, tentando… Como se a insistência tornasse péssimas ideias em ótimas ideias.

A perversão ideológica representada por Chico Buarque diz que os líderes de partidos comunistas devem ser apoiados a despeito de qualquer absurdo que venham a cometer. Fidel Castro foi um ditador do bem.

Um líder de extrema-esquerda pode mentir, pode fraudar, pode roubar, pode levar um país à desgraça que lá estão eles, os anjinhos socialistas, os pequenos e grandes Chico Buarques defendendo-o, dizendo que toda e qualquer oposição é fascista, representa o retrocesso, como se o socialismo tivesse construído alguma coisa nesse mundo.

Espero, com toda sinceridade, que Chico Buarque tenha muitos anos de vida para que encontre tempo suficiente para enxergar o quanto contribuiu com o atraso do Brasil ao emprestar seu prestígio à defesa de uma corja tão suja. Não precisa confessar em público. Espero que apenas pare de defender vagabundos, ladrões e corruptos em nome da preservação de um ideal fracassado.

 

*PARTICIPE da campanha de pré-venda do livro Comunidade Progresso, que terá prefácio de Rodrigo Constantino e será publicado pela editora Simonsen. Para saber mais, clique aqui.

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João Cesar de Melo

João Cesar de Melo

É militante liberal/conservador com consciência libertária.

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