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Democracia não serve para crianças mimadas e maus perdedores

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Para muitos “progressistas”, a democracia é uma coisa linda… pelo menos até o dia em que seu candidato favorito perde uma eleição.  A partir daí, a democracia passa a ser o jogo dos opressores (os outros) contra os oprimidos (eles).  Não foi diferente agora, nos Estados Unidos, depois da (para muitos) surpreendente vitória de Donald Trump.  Passadas duas semanas do pleito, muitos protestos, alguns dos quais violentos, continuam a eclodir nas ruas de algumas cidades americanas, a maioria clamando que não reconhece o resultado das urnas.

Para mostrar como esse tipo de reação é previsível, seguem abaixo algumas frases gritadas pelos manifestantes:

1. “Às vezes temos a sensação de que estamos vivendo no tempo que antecedeu a eleição de Adolf Hitler como chanceler da Alemanha.”

2. “Os Estados Unidos embarcou em um curso tão profundamente reacionário, de modo negativo e mesquinho, de modo chauvinista e auto-enganoso que o nosso tempo em breve poderá rivalizar com a Era McCarthy.”

3. “Os eleitores que o apoiaram eram como os “bons alemães” na Alemanha de Hitler.”

4. “Os piores pesadelos da esquerda americana parecem ter se tornado realidade.”

5. “Quando você considera o clima que estamos vivendo, com aumento da violência, inclusive da Ku Klux Klan, isso é extremamente assustador.”

6. “Ele é tão sem escrúpulos e tão irresponsável quanto Hitler. Em certo sentido, ele é potencialmente mais perigoso do que o líder nazista alemão, porque ele tem um arsenal militar muito mais poderoso à sua disposição, incluindo armas nucleares”.

Embora emblematicamente atuais, esses não foram slogans de protesto ouvidos após a eleição de Donald Trump. Foram frases com que os esquerdistas nos brindaram no dia seguinte ao da eleição de … Ronald Reagan, em 1980.

Como se nota, há coisas que nunca mudam.  E a relação da esquerda com a democracia é uma delas.  A única novidade é que os que agora gritam pelas ruas da América dizem estar protestando também contra o próprio sistema eleitoral que levou à vitória de Trump. O problema é que eles certamente estariam felizes com esse mesmo sistema (que já tem mais de duzentos anos), caso ele tivesse dado a vitória a Hillary. Na verdade, portanto, eles estão protestando contra os seus concidadãos (que eles consideram retrógrados, reacionários, racistas, etc) que votaram em Trump.  Foram eles que determinaram o resultado da eleição, não o sistema eleitoral.  O bufão Trump era apenas uma das escolhas possíveis.

A verdade é que a “festa democrática” da qual participavam alegremente não seguiu o curso que eles idealizaram.  Então, como crianças mimadas, estão protestando contra o resultado que não lhes deu aquilo que eles tanto queriam.  Como crianças birrentas que esperneiam nos shoppings sempre que seus pais se recusam a comprar-lhes algo, os órfãos de Barak Obama, Bernie Sanders e Hillary Clinton se recusam a dar ouvidos até mesmo a seus líderes, os quais, felizmente, se comportaram de forma muito mais adulta e democrática.

Aqui está o que Hillary Clinton disse, logo depois do resultado:

“Na noite passada, eu felicitei Donald Trump e me ofereci para trabalhar com ele em nome do nosso país. Espero que ele seja um presidente de sucesso para todos os americanos …. eu ainda acredito na América, que eu sempre amarei. Então temos de aceitar esse resultado e, em seguida, olhar para o futuro. Donald Trump vai ser nosso presidente. Devemos-lhe uma mente aberta e a chance de liderar.”

É assim que se comporta um perdedor nas democracias.  Já o presidente Obama teve reação semelhante e também comportou-se, pelo menos num primeiro momento, como um verdadeiro democrata, embora em discurso mais recente, ele tenha incentivado as “marchas”, a fim de manter a pressão sobre Trump.

A essas crianças mimadas e birrentas, que ainda não se conformaram com o resultado adverso da eleição, eu daria dois conselhos, além de umas boas palmadas, se pudesse.  O primeiro, para que escutem seus líderes e obedeçam o resultado das urnas – democracia é isso.  O segundo é que escutem os seus antagonistas liberais: lutem para retirar o máximo possível de poder e dinheiro das mãos dos políticos.  Esse é o melhor antídoto contra governos irresponsáveis e, principalmente, contra governantes de que vocês eventualmente não gostem.  A esses, trago o conselho de Hayek:

 
“Seja como for, o ponto principal sobre o qual não pode haver dúvida é que a principal preocupação de [Adam] Smith não era tanto com o que o homem pode eventualmente alcançar quando estiver no seu melhor, mas que ele deve ter pouca oportunidade de fazer mal quando estiver no seu pior.  Não seria demais afirmar que o principal mérito do individualismo, que ele e seus contemporâneos defendiam, é que este é um sistema em que os homens maus podem fazer menos mal. É um sistema social que não depende, para o seu funcionamento, de encontrarmos os melhores homens para executá-lo, ou que todos os homens tornem-se melhores do que realmente são, mas que faz uso dos homens em toda a sua variedade e complexidade, às vezes bons e às vezes ruins, às vezes inteligentes, porém mais frequentemente estúpidos.”

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João Luiz Mauad

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

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