Cuba – Raul Castro “permite” (mas impossibilita) que cubanos comprem carros novos
A Ditadura cubana anunciou em dezembro/2013 uma medida que permite aos cubanos comprarem carros novos, algo que não ocorria desde 1959, sem precisar de autorização governamental. “Sarcasticamente” a permissão veio acompanhada da “impossibilitação” , pois até os carros usados estão com preços absurdamente fora da realidade dos cubanos.
Há duas moedas em Cuba, sendo que em outubro de 2013 a ditadura comunista anunciou que seriam unificadas gradualmente, algo que ainda não ocorreu, são elas: o peso cubano e o peso conversível (CUC). A ilha prisão mantém a taxa de câmbio do peso cubano para o conversível em 24 para 1, enquanto o peso conversível é mantido equiparado ao dólar cambialmente, ou seja, 1 CUC vale US$1. A CUC é utilizada pelos cubanos que atuam no turismo e para estabelecer os preços de itens básicos, aos quais a população tem pouco ou nenhum acesso.
O salário é pago em pesos cubanos e equivale (em média) à US$20 ao mês. Porém, mesmo os carros antigos estão a preços impossíveis para o cubano “comum” arcar. Obviamente, os carros são vendidos com preços estabelecidos em CUC,
Para elucidar a questão, o Peugeot 508 é vendido a 263,185 mil CUC’s, ou seja, 263,185 dólares. Em reais (R$) os números assustam ainda mais, pois o valor convertido fica assim: Peugeot 508 por 263,185.00 pesos conversíveis (R$626 mil). Confira na tabela:
Com a informação de que os cubanos ganham em média US$20 ao mês, que o dólar e o peso conversível são mantidos com o mesmo câmbio, logo, o carro mais “barato” é o BMW Smod (1997) por 14.457.60 pesos conversíveis, aproximadamente R$34.409,08. Isso mesmo, um carro de 1997 custando acima de R$30 mil. Um Uno 2002 custa 18 mil pesos conversíveis (R$42,840.00).
Raul Castro diz: permito que comprem, mas impossibilitarei que isso ocorra. As palavras não saem da boca.
Para um cubano comprar o carro “novo” em uma loja autorizada, mesmo que seja o mais “barato” de todos (a BMW Smod 1997) os cubanos precisarão trabalhar por ao menos 143 anos (sem comer, beber, gastar um centavo sequer do salário) para juntar o dinheiro necessário. Isso é o que ocorre em um mercado controlado pelo Estado, produtos inferiores a preços astronômicos. Não há possibilidade de concorrência devido ao sistema socialista implantado na ilha, logo, as empresas são estatais monopolísticas, sem motivação alguma para lucrar, incapazes de efetuar o cálculo dos preços, portanto, sem quaisquer incentivos para investimentos em qualidade e preços baixos de produtos e serviços.
No livre mercado o empresário deseja lucrar e por isso consegue efetuar o cálculo de qual será o custo de seu produtos e/ou serviço e por quanto ele precisa vendê-los para manter seu negócio lucrativo. No livre mercado não há as absurdas barreiras burocráticas existentes no sistema socialista (como o de Cuba) e isso resulta na entrada de mais empresas nos diversos setores da economia alimentando a livre concorrência. A necessidade de concorrer para não falir obriga empresários e/ou empreendedores a investirem na qualidade de produtos e serviços e em preços menores, para continuarem atrativos aos consumidores e lucrarem.
Já o controle estatal nada faz além de mal. Tanto é que além de abusarem de regulamentações e travarem o mercado, também sobretaxam as operações. Os veículos têm ao menos 38% de imposto, sendo 20% de tarifa de importação, 8% sobre o valor do carro e mais 10% de custos de operação no país. Um produto que já é ruim e caro fica mais caro ainda e um que é bom e inacessível, fica mais inacessível que antes.
Raul Castro diz que utilizará o dinheiro arrecadado com o transporte público. Penso que é melhor os cubanos esperarem sentados por essas melhorias, pois como será gerada alguma receita se não for vendido nenhum veículo? E quem irá comprá-los? Só a elite rica que está dentro do próprio partido comunista de Cuba terá condições para tal. Os demais morrerão com seus salários de US$20 ao mês, tendo que trabalhar no mínimo 143 anos para comprar um carro velho, ou até 500 anos para comprar um carro novo.
A falta de liberdade em Cuba é tão marcante que mesmo quando a Ditadura Castrista concede uma “permissão”, os cubanos não conseguem usufruir desta. No fim, nada muda, pois Cuba continua dominada pela ditadura dos Castro e os cubanos à mercê do que eles quiserem fazer da ilha cárcere e de sua população.