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Copa do Mundo 2014 – Alemanha utiliza iniciativa privada, já o Brasil…

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ROBERTO BARRICELLI*

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Os jogos da Seleção de Futebol da Alemanha na fase de grupos da Copa do Mundo 2014, no Brasil, ocorrerão no Nordeste, nas cidades de Salvador (BA), Fortaleza (CE) e Recife (PE).

Porém, por não encontrar um hotel que tivesse o luxo necessário aliado à estrutura para treinamentos, a Alemanha resolveu “empreender no setor imobiliário brasileiro”. Será construído um centro de treinamento e hotel no sul da Bahia, a 30 km de Porto Seguro, para receber a seleção alemã. Mas fique tranqüilo, pois tudo será pago pela iniciativa privada alemã.

Você leu certo! A iniciativa privada alemã, através de empresas do país europeu, financiará toda a estrutura necessária para acomodar a seleção de futebol da Alemanha, no Brasil, em 2014, durante a participação na Copa do Mundo de Futebol da FIFA.

Serão construídas treze casas para acolher a delegação e um centro de treinamento com toda a estrutura necessária, tudo com dinheiro de empresas privadas alemãs. O terreno será cercado para garantir a tranqüilidade, concentração e segurança dos alemães.

O empreendimento será chamado de “Camp Bahia” e após a participação da seleção de futebol na Copa do Mundo, será transformado em um resort para receber turistas (nacionais e estrangeiros). Ou seja, a iniciativa privada alemã enxergou uma ótima oportunidade de investir em solo brasileiro, beneficiando a seleção de futebol de seu país (o que garante retorno positivo à imagem das empresas em questão) e ainda lucrar no longo prazo.

As empresas não investirão porque são “boazinhas”, mas por causa da ótima oportunidade de agregar publicidade positiva à própria imagem e lucrar com o futuro resort. Nenhum centavo sairá dos bolsos dos pagadores de impostos alemães (nem dos nossos).

Enquanto isso, o Governo brasileiro torra bilhões do nosso dinheiro através do BNDES e investimentos diretos para a construção e/ou ampliação de estádios, aeroportos, sistema hoteleiro, turismo, cursos de idiomas para prostitutas, etc. São aproximadamente R$28 bilhões gastos. E o Ministro dos Esportes, Aldo Rebelo (PCdoB), diz que o dinheiro é do BNDES e não sairá do bolso do contribuinte. Ora, Aldo, então o BNDES fabrica o próprio dinheiro? Não? Então ele é bancado com o nosso dinheiro, logo… A desonestidade intelectual é gritante.

Enquanto as empresas alemãs construirão um empreendimento que abrigará a seleção de futebol de seu país e retornará lucros através da exploração como resort (pós-Copa), gerando empregos e renda em pleno Nordeste, o Governo Federal, em parceria com Estados e Municípios, construirá estádios no meio do Amazonas, para depois da copa deixar por lá, sem serventia, sem gerar empregos, renda, absolutamente nada além de prejuízo com manutenção.

O campeonato amazonense mal encheria do Estádio do Juventus/SP (o Moleque Travesso), na Rua Javari, na Mooca, quem dirá um elefante branco como a Arena Amazônia, em Manaus. Alguns dirão: “mas pode receber shows e outros eventos?”. Ah é? E quantas pessoas irão a esses eventos no Amazonas, mesmo que seja em Manaus, se deslocando centenas (ou milhares) de quilômetros? Que tal a Arena Pantanal? Quantas pessoas irão para o meio do Pantanal se entocar em um Estádio público assistir um show?

É dever do Estado construir estádios no meio do nada para não excluir os cidadãos desses locais do acesso a tal “serviço”? Não! A lógica é simples, se a iniciativa privada fosse a responsável, obviamente os Estádios seriam construídos e/ou ampliados em cidades com mais habitantes e/ou renda per capta maior, por uma questão de mercado. Se durante a Copa do Mundo da FIFA, as pessoas que moram no Pantanal e no Amazonas teriam que se deslocar muito para assistir aos jogos, por outro lado, após a Copa do Mundo da FIFA, os empreendimentos continuariam gerando lucros, pagando os próprios custos e o dinheiro do contribuinte não seria torrado com a manutenção de obras faraônicas no meio do nada.

Notemos também que o empreendimento alemão será construído há poucos meses para a Copa do Mundo. Enquanto os Estádios estão há mais de três anos “sendo terminados”. Enquanto ao Governo compensa arrastar as obras para entregar perto das eleições e facilitar o superfaturamento e a corrupção. Para a iniciativa privada interessa terminar o quantos antes e com custos baixos e a melhor qualidade possível.

Assistir às partidas de futebol profissional nos estádios não são não é um “direito do cidadão e dever do Estado proporcionar”, mas um produtos/serviço prestado e pelo qual deve haver pagamento. Se não pagarmos diretamente, para a iniciativa privada, melhor e mais barata, pagamos duas vezes, uma para o Estado construir os Estádios e outra para freqüentá-los, enquanto definharão aos nossos olhos.

*JORNALISTA

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